Reunidos no Ministério Público, representantes das Polícias Civil, Militar, da Guarda Municipal de Goiânia, Federação Goiana de Esportes e da Agência Goiana de Esporte e Lazer traçaram as estratégias para cumprimento da liminar que suspendeu, por prazo indeterminado, as atividades das torcidas organizadas em Goiânia.
Coordenado pelo promotor de Justiça Goiamilton Antônio Machado, o encontro contou a presença do tenente-coronel Wesley Siqueira, subcomandante do Policiamento da Capital; Carlos Antônio Gomes, da Guarda Municipal; Leonídio dos Anjos, da FGF, e o delegado Sidney Costa, gerente de Planejamento Operacional da Polícia Civil. Estiveram também na reunião o diretor do Serra Dourada, Itamir Campos Arantes Júnior, e Isabela Maia, administradora do estádio.
A liminar
A liminar determinou a suspensão parcial das atividades das torcidas organizadas Força Jovem Goiás, Torcida Esquadrão Vilanovense e Torcida Dragões Atleticanos. Elas estão impedidas de desempenhar suas atividades, ficando expressamente proibido o uso de vestimentas, faixas, cartazes, bandeiras, instrumentos musicais ou articulação de qualquer outro meio que possa identificá-las como torcida organizadas em estádios de futebol ou em reuniões organizadas por seus membros. Proibiu-se também a combinação de adereços, cores ou artifícios que remetam à atividade da torcida organizada, sob pena de proibição de entrada no estádio em que será realizada a partida de futebol, bem como a apreensão e perda do material utilizado.
Organizadas vinculadas a clubes de outros Estados, nos dias de jogos de competição nacional, assim como o acesso de torcedor ao Estádio Serra Dourada com bandeiras, indumentárias ou instrumentos musicais que caracterize como integrante de torcida organizada, também estão proibidos temporariamente.
A medida vale por tempo indeterminado até o julgamento final da ação proposta pelo Ministério Público, que pede a suspensão parcial das atividades das três torcidas pelo prazo de cinco anos, pedido que alcança organizadas vinculadas a clubes de outros Estados, nos dias de jogos de competição nacional, assim como o acesso de torcedor ao Serra Dourada com bandeiras, indumentárias ou instrumentos musicais que o caracterize como integrante de torcida organizada.
A reunião
Conforme determinado pelo juiz Eduardo Tavares dos Reis, as Polícias Militar e Civil, a Guarda Municipal e a Agel foram notificadas da decisão para que, dentro de suas competências administrativas, façam valer e cumprir a ordem judicial, o que motivou a reunião promovida pelo Ministério Público para eventuais esclarecimentos sobre a medida.
O subcomandante do Policiamento da Capital informou, então, que, para o cumprimento da liminar, serão reforçadas as equipes. Ele destacou a importância da medida, classificando-a como extremamente positiva. Segundo o tenente-coronel, existe uma aumento da criminalidade de cerca de 30% principalmente nas imediações do estádio, no período que antecede e depois de jogos, sem contar os atos de vandalismo dentro dos ônibus e nos terminais praticados por integrantes de torcidas organizadas. Ele adianta que serão recolhidos sistematicamente os itens elencados na decisão que remetam à identificação das organizadas, e, havendo resistência, essas pessoas serão conduzidas até algum distrito policial (DP).
O delegado Sidney Costa ressaltou que a Polícia Civil sempre atuou dentro do estádio e afirmou que vai manter uma equipe no local para coibir condutas e comportamentos que acontecerem ali e nas imediações e que representem violação à lei penal e ao Estatuto do Torcedor, lembrando que outras ocorrências serão encaminhadas para o 8° DP. O mesmo apoio às medidas foi dado pela Guarda Municipal, que tem atuado principalmente nos Parques Flamboyant e Vaca Brava.
Para o promotor de Justiça, essa decisão, embora não resolva de forma absoluta o problema de violência, contribui para a proteção ao torcedor. “Essa reunião teve como objetivo definir também um discurso único dos órgãos envolvidos com a questão”, observou.
Goiamilton esclareceu ainda que a medida não visa inibir a participação do torcedor nem que ele vista a camisa do seu time, mas busca a pacificação e evitar que marginais usando roupa de organizada cometam crimes.
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