01 de setembro de 2024
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Após reunião, Governo decide liberar pesca esportiva no Araguaia

Video-conferência que Caiado conduziu promoveu algumas alterações no decreto da Temporada do Araguaia (Foto: Reprodução/Youtube)
Video-conferência que Caiado conduziu promoveu algumas alterações no decreto da Temporada do Araguaia (Foto: Reprodução/Youtube)

O governador Ronaldo Caiado se reuniu na tarde desta quarta-feira (12/05) com prefeitos da região do Araguaia, empresários do setor de turismo dos municípios e deputados estaduais, para discutir o decreto que cancelou a Temporada do Rio Araguaia, em 2021. A medida se dá pelo segundo ano consecutivo. Uma das medidas que foram deliberadas na videoconferência foi a liberação da pesca esportiva.

Caiado introduziu sua fala explicando os motivos pelos quais emitiu o decreto na última segunda-feira (10/05). “Eu solicitei essa videoconferência e a pauta bem clara é sobre a temporada do Araguaia para gente poder conversar diante de uma informação que chegou até nós que como o Rio Araguaia começou a baixar rapidamente e as pessoas já estavam marcando as áreas de assentamento no Araguaia e como tal, uma sinalização clara, de um fluxo enorme de pessoas a partir do mês de junho”, destacou. 

Participante da reunião, a sub-procuradora do Ministério Público Estadual, Laura Bueno, sugeriu que houvesse uma flexibilização – mesmo que mínima – acompanhadas de rigorosas fiscalizações. E com isso, a pesca desportiva vem à tona. “O que a gente vê é que de algum modo uma mínima flexibilização atendendo as demandas dos senhores prefeitos, especialmente quanto a pesca desportiva, fosse razoável, por isso a gente comparece a reunião para ouvi-los e conversar. Obviamente deveria ser com bastante critério, com protocolos rigorosos, com testagem, com a fiscalização da Polícia, do Corpo de Bombeiros e com todos os atores na fiscalização”

Ela ressaltou a necessidade que muitos trabalhadores têm da Temporada acontecer e por isso se faz necessário um consenso. “O MP se faz presente para ouvir e tentar colaborar nessa possibilidade de tentar atender especialmente aqueles que dependem da Temporada em termos de trabalho, mas sem que isso represente aglomeração e já de antemão, eu já digo que, os ranchos e os acampamentos não tem como voltar”. 

O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral também endossou a pesca esportiva e também a proibição dos acampamentos nas praias do Rio Araguaia. “Infelizmente a pandemia ganhou essa força de várias facetas avançando em 2021. Já há um mês que eu venho tratando esse assunto com os colegas. Ontem, nós fizemos algumas reuniões com prefeitos e secretários e foi quase um consenso que os ranchos e aglomerações coletivas nas praias não devem acontecer, o que ocasiona 90, 95% do fluxo de aglomerações”. 

Ele ressaltou que boa parte dos mandatários municipais também concordam com a medida. “O pleito da maioria dos prefeitos, com exceção de um ou outro, é que se libere a pesca esportiva. A pesca esportiva é quem dá emprego para o ribeirinho que já sofreu com defeso e agora tem a oportunidade do trabalho. Eu particularmente, dentro de um critério objetivo eu acho razoável e já externei isso aos prefeitos”

Presidente da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Coronel Adailton também endossou sobre a pesca, mas sugeriu que acompanhamentos fossem liberados para grupos familiares. 

“A pesca esportiva é uma atividade que com muita tranquilidade e convicção não ajuda na transmissão. Obedecendo os protocolos que já são cumpridos pelos guias de turismo pela região do Rio Araguaia, com absoluta certeza e fé em Deus não aumentaremos a transmissão do coronavírus por essa atividade. Ademais, apresentamos algumas questões de acampamentos com quantidades razoáveis de pessoas, apenas de familiares”, pontuou 

A secretária de Estado do Meio Ambiente, Andréa Vulcanis destacou que do ponto de vista fiscalizatório é complexo estabelecer a permissão para que grupos familiares acampem nas margens do Rio, haja vista que muitos levam empregados e parentes que não moram na mesma casa, no entanto, não vê motivos para a proibição total, mas é necessário uma delimitação maior.

“Eu não tenho contrariedade com isso, eu acho que não tivemos problemas de muita contaminação. Só o fato do decreto existir, já desestimula a ida, mas do ponto de vista da fiscalização a gente precisa deixar isso um pouco mais claro se for permitir o acampamento unifamiliar”, explicou. No decorrer da reunião essa medida foi desconsiderada pelos gestores. A decisão da reunião foi bem recebida pela maioria dos gestores municipais. “Estamos no caminho certo. Não quero liberar acampamento. Tenho muito medo, porque atraem bares e aglomerações”, afirmou a prefeita de São Miguel do Araguaia, Azaide Donizetti Borges Martins. Hermano Carvalho, prefeito de Aruanã, também concordou com o cancelamento da temporada do Araguaia. “É uma coisa muito grande. Recebemos um número de turistas 30 vezes o tamanho da população do município. Não quero ver o que a cidade assistiu após o fim do carnaval a até 15 dias atrás. O que o governo decidir Aruanã vai acatar”, sinalizou. 

Um novo documento será publicado nos próximos dias e será comunicado previamente aos prefeitos antes da divulgação no Diário Oficial do Estado.


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