07 de agosto de 2024
Sertanejos

Após polêmicas, divulgação de super cachês em shows com Zé Neto e Cristiano e outros continua; confira valores

Enquanto isso, Gusttavo Lima segue com diversos shows sob investigação
A dupla sertaneja é a atração mais bem paga do São João 2022 de Caruaru-PE, recebendo R$ 500 mil, seguidos de Luan Santana, com R$ 450 mil. (Foto: reprodução)
A dupla sertaneja é a atração mais bem paga do São João 2022 de Caruaru-PE, recebendo R$ 500 mil, seguidos de Luan Santana, com R$ 450 mil. (Foto: reprodução)

Após a polêmica iniciada pelo cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, ao criticar a tatuagem em local íntimo da cantora Anitta, que enfureceu internautas, que começaram a divulgar os super cachês dos sertanejos pagos com dinheiro público, se tornando alvo de investigação, as prefeituras estão começando a divulgar com mais transparência os valores pagos. Caruaru, em Pernambuco, foi uma das cidades a informar quanto os artistas vão receber ou receberam pela apresentação no São João 2022 do município.

De acordo com o documento, Zé Neto e Cristiano são os cantores mais bem pagos do evento, recebendo R$ 500 mil, seguidos de Luan Santana, com R$ 450 mil. Simone e Simaria, foram a terceira atração mais bem paga, e receberam R$ 350 mil. Já a cantora Claudia Leitte, que teve a apresentação reduzida devido a atrasos da organização do evento, recebeu R$ 250 mil pelo show do sábado (4), data da abertura da festa.

Além de Caruaru, ao menos 48 pequenas cidades, com menos de 50 mil habitantes, investiram mais de R$ 14,5 milhões em shows de cantores, a maioria deles sertanejos, apenas em 2022. Os contratos milionários, pagos com dispensa de licitação, beneficiam, além de Gusttavo Lima e Zé Neto e Cristiano, cantores como Wesley Safadão, Luan Santana e Leonardo.

Quem divulgou foi O Estado de S. Paulo em reportagem especial publicada nesta segunda-feira (6). De acordo com o jornal, festas e shows são bancados por meio das emendas parlamentares de uso livre, destinadas por deputados e senadores às cidades e conhecidas como “emendas Pix” ou “cheque em branco”. Ao todo, as cidades que contrataram os shows receberam R$ 28,5 milhões de Brasília, via deputados federais.

Enquanto isso, o cantor sertanejo Gusttavo Lima, que teve pelo menos dois shows cancelados nas últimas semanas, e que também seriam pagos com verbas públicas, está agora, com outros sob investigação. Os cancelamentos ocorrem junto da polêmica das investigações que os internautas chamam de “CPI do Sertanejo”.

Dos shows de Gusttavo Lima, atualmente, o Ministério Público Federal (MPF) questiona, pelo menos, 28 realizados em 6 estados. De todos eventos, 24 estão apenas no Mato Grosso, nas cidades: Gaúcha do Norte, Porto Alegre do Norte, Figueirópolis D’Oeste, Sorriso, Nortelândia, Salto do Céu, Alto Taquari, Novo São Joaquim, Nova Mutum, Sapezal, Canarana, Acorizal, Brasnorte, Água Boa, São José do Xingu, Vera, Barra do Garças, Juína, Querência, Bom Jesus do Araguaia, Santa Carmem, Matupá, Nova Canaã do Norte, Novo Horizonte do Norte.

As outras cidades são Magé (RJ), São Luiz (RR), Mossoró (RN) e Conceição do Mato Dentro (MG). O mais recente, porém, foi no último domingo (5), quando o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, decidiu pela suspensão de uma decisão que autorizava a realização da “Festa da Banana”, em Teolândia, na Bahia, que contaria com um show do cantor.

A decisão atendeu pedido do Ministério Público por suspeitas de irregularidades. Somente o cachê de Lima era de cerca de R$ 700 mil, sendo que o município tem pouco mais que 15 mil habitantes. No ano passado, inclusive, Teolândia foi uma das cidades afetadas por fortes chuvas que castigaram a Bahia e está, desde então, em estado de emergência.


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