22 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:37

Após polêmica, Temer justifica escolha de ‘acidente’ para se referir a massacre

O presidente Michel Temer viaja à Ásia para encontros com líderes e empresários (Beto Barata/PR)
O presidente Michel Temer viaja à Ásia para encontros com líderes e empresários (Beto Barata/PR)

Com a polêmica em torno da utilização da palavra acidente para se referir ao massacre de presos no Amazonas, o presidente Michel Temer usou as redes sociais nesta quinta-feira (5) para se defender e justificar a escolha do vocábulo.

O peemedebista enumerou em sua conta pessoal sinônimos de “acidente”, entre eles “tragédia, perda, desastre, desgraça e fatalidade”.

O uso da palavra, empregada durante discurso do peemedebista, gerou críticas nas redes sociais. O presidente foi acusado de ter minimizado o episódio.

Em sua primeira declaração pública sobre o massacre, após três dias de silêncio absoluto, Temer lamentou o ocorrido e o chamou de “acidente pavoroso”.

A justificativa usada pelo presidente, contudo, foi motivo de ironias em sua página pessoal. “Então por que não usou essas [expressões]?”, questionou uma internauta.

O silêncio fazia parte de uma estratégia de comunicação do Palácio do Planalto para afastar o presidente do centro da crise prisional, sob o argumento de que se trata de um incidente localizado.

Com a repercussão do episódio, noticiado pela imprensa estrangeira, o peemedebista passou a ser aconselhado a romper o silêncio e fazer pelo menos um comentário genérico sobre o episódio, para afastar a acusação de que ele tem sido omisso.

Na quarta-feira (4), até o papa Francisco havia se pronunciado sobre o massacre e lamentado o massacre. Ele pediu que “as condições de vida dos detentos sejam dignas de pessoas humanas”.

O massacre em Manaus criou uma crise no sistema penitenciário brasileira e o receio do Palácio do Planalto de que integrantes do PCC iniciem uma série de retaliações em outras unidades prisionais do país, uma vez que a maioria dos mortos são da facção criminosa.

A rebelião foi motivada por uma briga entre as facções Família do Norte e PCC. De acordo com as investigações, ela foi comandada pela Família do Norte.

Folhapress

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