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Durou menos de um dia a ameaça do senador Jorge Kajuru (sem partido-GO) de renunciar sua cadeira no Senado Federal. O senador anunciou que permanecerá no cargo em entrevista à Rádio Jovem Pan, na última sexta-feira (05/07). Ele havia considerado entregar o mandato após mandar eleitores que o criticavam “se foderem” em uma entrevista. “Renúncia em certas horas é coisa de covarde. Eu não nasci pra ser covarde. Deus dá o peso a quem sabe e a quem pode carregar, então por isso eu vou continuar como senador”, pontuou. Após a polêmica, o senador restringiu o acesso a sua conta no Twitter apenas para “seguidores autorizados”.
Ainda nesta sexta-feira, Kajuru concedeu entrevista ao Jornal Opção, de Goiânia. Na publicação, ele comenta que foi aconselhado por vários nomes da política, como o presidente da República, Jair Bolsonaro e também e da classe artística como o compositor Ivan Lins. Foi aconselhado por todos a permanecer no cargo, segundo o senador. “Datena, Ivan Lins e 99% dos meus seguidores não aceitam nem que eu fale em renúncia”. Argumentou que se renunciasse, estaria fazendo o “jogo dos adversários”.
Kajuru argumenta que aqueles que o atacam são uma minoria perto do seu eleitorado. “Não vou renunciar. Porque, se o fizesse, estaria atendendo aos meus adversários e àqueles que, fingindo me apoiar, estão, na verdade, me atacando. Tenho milhares de seguidores e o que estão me atacando são poucos. Vale sublinhar que devo minha eleição aos goianos e estes não estão me atacando. Os que me criticam, abaixando o nível do debate, integram grupos articulados e, repito, são poucos. Portanto, friso que não vou renunciar porque 20 pessoas estão me xingando”, relatou Kajuru.
Apesar de decidir continuar no cargo, a situação deixou marcas em Kajuru. Até ontem (05/07) sua conta no twitter estava aberto ao público. Hoje, apenas “seguidores autorizados” tem acesso ao que o ex-radialista posta em sua conta. O Facebook do Senador continua ativo.
Entenda
Na manhã da última quinta-feira (05/07), Kajuru concedeu uma entrevista à um site que se declara de direita. Eles questionavam porque o senador não havia respeitado uma enquete em que ele perguntava se devia votar contra ou a favor ao decreto que flexibilizava armas proposto pelo presidente Jair Bolsonaro. Seus seguidores, por meio da enquete, disseram que o senador deveria votar a favor. Kajuru votou contra e a milicia virtual de internautas começou à ataca-lo. “Alguns ai dos que me desrespeitaram, não entenderam minha opinião, eu quero que eles se fodam”.
Kajuru entendeu que o decreto era inconstitucional e por isso, não acatou o resultado da enquete. Nem por isso lavou as mãos com relação ao assunto. Na sequência da votação, ele entregou um projeto de lei que flexibiliza o acesso às armas. Ele passará por todos os processos legais nas casas que compõe o poder e poderá ser provado de forma constitucional. Alguns dos seus eleitores, não entenderam isso deixando o senador irado.
Questionado pelo entrevistador se com aquele comportamento não era melhor renunciar, o senador disse que não. “Renunciar por quê? Esse eleitor é maioria?”, responde. O entrevistado disse ainda que aproximadamente 90 mil pessoas estavam criticando a postura do senador. Ele foi eleito no estado de Goiás com 1.557.415 votos.
Repercussão
No perfil oficial do Diário de Goiás no Facebook, diversos usuários comentaram sobre a situação: “F*da-se! Meu voto ele não ganha mais…”, comentou o internauta Eduardo Silva. João Martins de Souza Neto acredita que Kajuru não termina o mandato: “Acho bem difícil ele chegar aos 8 anos de mandato ele nunca esquentou cadeira por onde passou”, pontuou. Alguns, insinuaram que Kajuru está ‘vendendo’ seu cargo pro suplente: “Já vendeu a vaga pro suplente. A data está marcada pra sair pro suplente assumir”, disse José Carlos Gomes Pereira.
Por outro lado, recebeu também apoio. José Wilton Ferreira Santos: ” Vai enfrente Jorge Kajuru, confio em você, não nos decepcione, estamos juntos! Votei e voto outra vez! Se votou em Bolsonaro, um doido daquele, e estão reclamando que nós voltou em Jorge Kajuru!”. Rosangela Erbe Rechimon pediu para que Kajuru não desistisse do mandato: “Não desista Goiás está com o senhor”, salientou.
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