22 de novembro de 2024
Violência

Após muito tumulto e até vandalismo, sessão que votaria taxa do agro é adiada para quarta-feira (23)

Manifestantes forçaram o adiamento da sessão
Produtores rurais invadiram o plenário da Alego e forçaram o encerramento da sessão (Foto: Marcelo Mariano/DG)
Produtores rurais invadiram o plenário da Alego e forçaram o encerramento da sessão (Foto: Marcelo Mariano/DG)

Invasão e muito tumulto. Assim pode ser resumido a sessão desta terça-feira (22/11) na Assembleia Legislativa que seriam pautadas definitivamente as matérias que implantaram uma taxa de contribuição para o setor agropecuário em Goiás. Mas após alguns vidros quebrados e manifestantes vociferando contra os parlamentares, a votação foi adiada para a quarta–feira (23/11) em uma nova sessão híbrida e desta vez, sem a presença de público.

O alvoroço generalizado começou após os deputados rejeitarem com 22 votos um requerimento apresentado pelo deputado estadual Delegado Eduardo Prado (PL) solicitando a retirada das matérias relacionadas à taxa do agro da pauta do dia. Lissauer chegou a apreciar o pedido mas não poderia providenciar as retiradas por conta da solicitação não ter sido feita com 24 horas de antecedência.

Ainda assim, Lissauer submeteu o requerimento a votação e diante do resultado, os manifestantes começaram a invadir o local forçando inicialmente a suspensão da sessão. Com o acirramento dos ânimos, o presidente não teve outra alternativa que não fosse encerrá-la.

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Alguns deputados até tentaram retomar a votação e houve uma disputa entre governistas e parlamentares de oposição. É que o primeiro grupo queria que a sessão fosse retomada e votação seguisse o prumo ainda nesta quinta-feira. 

Já o segundo defendia o adiamento da sessão. Passada as 17 horas, o ex-presidente da Casa, Hélio de Sousa (PSDB), que domina todo o regimento interno da Casa, dizia que o horário não permitia a retomada das atividades. O quarteto do PL, Cláudio Meirelles, Paulo Trabalho, Major Araújo e Paulo Cézar Martins foram para a mesa diretora e de lá não saíram. Dependesse deles, os trabalhos não retomariam. E não retomaram.

A base insistiu em convocar uma nova sessão para esta quarta-feira com Henrique Arantes (MDB) na presidência, mas não houve consenso. Havia também a questão de que, com o regimento interno na mão, deputados que se opunham ao projeto pudessem judicializar a questão.

A questão era como seria a votação. Formato híbrido? Presencial? Presencial sem presença do público? Lissauer já havia descartado a última opção. “Sessão amanhã com público está descartada. Não tem clima”. Paulo Trabalho disse à reportagem que os manifestantes iriam acampar na Alego caso não pudessem retomar presencialmente. 

Por volta das 18h20, Lissauer repudiou os atos de vandalismo que os manifestantes provocaram na Casa. “Nós não comungamos com esse tipo de atitude”, destacou. o presidente da Casa também anunciou que a votação seria hibrida e sem presença de público.

O assunto seguiu com Lissauer descendo do púlpito e conversando cara a cara com os manifestantes. Dez minutos depois com relógio próximo das 18h30 o presidente conseguiu convencê-los que não era possível avançar com a votação. Não havia outra alternativa senão adiá-la. No fim, selaram as pazes e o deputado estadual saiu aplaudido pelos produtores.

Por meio de nota, o Governo de Goiás lamentou o episódio e disse que a “violência não pode superar a inconstitucionalidade”. Veja o posicionamento na íntegra:

O Governo de Goiás lamenta e repudia com veemência os atos de vandalismo praticados na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (22/11). 

Cenas como estas mancham a imagem do Estado em âmbito nacional. A violência não pode superar a institucionalidade, em nenhuma circunstância. 


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