O prefeito Sandro Mabel (UB) anunciou que, a partir de outubro, uma força-tarefa vai retirar os fios elétricos comprometidos e cabos rompidos que estão causando acidentes em Goiânia. Mabel disse que está articulando a ação com o Ministério Público, a Equatorial Goiás e envolvendo parte das 102 operadoras de telecomunicações que usam a rede de energia elétrica e de iluminação pública para seus cabos de transmissão de sinais.
O prefeito disse que dessas mais de cem empresas, cerca da metade atua de forma clandestina e que, a partir de outubro, as que não colocarem placas de identificação em seus cabos, terão os mesmos retirados pelas equipes.
“Chamei o Ministério Público, a Equatorial, estamos chamando as empresas. Agora em outubro vamos começar a tirar os fios junto com eles. Eles toparam entrar no projeto, então nós devemos fazer de três a quatro equipes rodando na cidade inteira e retirando essa fiação”, afirmou em entrevista nesta quinta-feira (25).
A medida acontece após a morte da adolescente Nathaly Rodrigues do Nascimento, de 17 anos, vítima de um fio energizado que rompeu durante uma tempestade na terça-feira (23), no Centro de Goiânia. Ela morreu na hora e outro jovem se feriu levemente.
Mabel disse que a tragédia era imprevisível devido aos fatores meteorológicos. “É um caso que também eles [Equatorial e demais empresas] não têm como prever. Eles dão manutenção nas redes e tal, mas uma tempestade daquela, você sabe como é”.
Mais de 300 multas foram aplicas, mas empresas não reagiram
O prefeito, que está no cargo desde janeiro, disse que vem punindo as empresas que não fazem a manutenção. Essa falta de acompanhamento deixa cabos rompidos pela cidade, causando dezenas de acidentes cotidianamente registrados pelas autoridades policiais, unidades de saúde e meios de comunicação.
“Já apliquei mais de 300 multas, de 20 mil reais cada nessas companhias de telecomunicações. Eles não dão nem bola para isso. Não vou aumentar a multa, eu vou tomar providência, eu vou tomar conta do negócio”, reforçou.
Segundo ele, tudo que utilizar a estrutura dos postes terá de ter o responsável identificado. “Não tem dono, não tem fio”, sentenciou.
Tarefa pode demorar até 2027, estima Mabel
O prefeito ainda disse que atualmente várias dessas empresas apenas enviam seus funcionários e passam os cabos, sem maiores autorizações, licenças ou comunicados. “Nada, eles vão lá e penduram no poste. Nem para a Equatorial eles pedem licença, saem pendurando no poste e não identificam de quem é”.
Eu acho que vai gastar uns dois anos para fazer isso [até 2027]. Eu acredito que sim, e depois deixar uma equipe permanentemente fiscalizando”. Segundo ele, a prefeitura vai somente comandar a força-tarefa, enquanto o custo será repassado para as envolvidas.
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