Um dia após a morte de pelo menos 26 presos na Penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN), detentos do Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, na capital potiguar, se rebelaram na madrugada desta segunda-feira (16).
O motim começou às 3h (4h horário de Brasília) e, segundo o governo do Estado, a situação está controlada e não houve fugas nem há informações de feridos.A Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania) afirmou que os presos tentaram derrubar uma parede de concreto do presidio e, em seguida, entrar em uma área de isolamento onde ficam detentos ameaçados de morte, mas não conseguiram.
O GOE (Grupo de Operações Especiais), da Policia Militar, entrou no prédio para conter o motim. A rebelião no presídio Raimundo Nonato atrasou a revista que seria realizada na manhã desta segunda na Penitenciária de Alcaçuz.
O presídio Raimundo Nonato tem capacidade para abrigar 116 detentos, mas acomoda 600. Um relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) aponta que o ambiente do presídio é “péssimo”.
Em fevereiro de 2016, homens da Força Nacional precisaram intervir para evitar uma fuga. Durante uma ronda externa, os policiais encontraram um cabo de vassoura saindo do calçamento na área externa do presídio. Era um túnel que havia sido feito pelos presos. Em janeiro de 2016, 46 presos fugiram da Cadeia Pública Raimundo Nonato.
MASSACRE EM ALCAÇUZ
Um motim na Penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, deixou 26 presos mortos neste fim de semana, segundo contagem do governo.
A rebelião foi motivada por uma briga nos pavilhões 4 e 5 do presídio envolvendo as facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do Crime. Segundo o governo, todos os mortos são ligados ao Sindicato do Crime. Houve uma invasão de um pavilhão por presos inimigos, o que deu início ao motim.
A matança é mais um capítulo da crise penitenciária no país: é o terceiro massacre em presídios em apenas 15 dias. No total, 134 detentos já foram assassinados somente neste ano, 36% do total do ano passado, quando 372 presos foram mortos.
Segundo o governo, batalhões impedem que grupos rivais entrem em conflito no local, e a Força Nacional faz a segurança no perímetro externo do presídio, para evitar fugas.
O trabalho de identificação dos corpos começará nesta segunda e deve seguir por 30 dias, diz o governo -em Roraima, onde um motim deixou 33 mortos no dia 6, o governo demorou pouco mais de um dia para divulgar uma lista com os nomes de 31 vítimas. Dois dos presos mortos no Rio Grande do Norte foram carbonizados e todos os outros foram decapitados.
Segundo o diretor do Itep (Instituto Técnico Científico de Perícia), Marcos Brandão, não há marcas aparentes de perfuração por balas nos corpos, apenas por instrumentos cortantes -ainda é preciso fazer necropsia nos corpos para identificar as causas de morte.Agentes encontraram dentro do presídio uma pistola caseira, de um cano feita manualmente, e granadas não letais, que não foram usadas, segundo o governo.
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