29 de agosto de 2024
Cidades

Após índio denunciar expulsão, motorista de ônibus alega que sua versão não é verdadeira

Na manhã desta terça-feira (07), um indígena da tribo Xavante, chamado Sancler Towara Tsorote de 28 anos, que viajava de Belo Horizonte para Goiânia, procurou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Morrinhos, na BR 153, relatando ter sido abandonado às margens da rodovia pelo motorista do ônibus que viajava. Ele contou que teria caminhado 9 quilômetros a pé até chegar no posto da PRF, que o acolheu, alimentando-o e o conduzindo até a delegacia de polícia civil para prestar depoimento. Ele alegava ter sido vítima de preconceito.

documentos de indigena na prfSegundo informou, o condutor parou o veículo na beira da rodovia e pediu para olhar a passagem dele. De imediato afirmou que o bilhete era falso, bem como sua carteira de passe livre, emitida pelo Ministério dos Transportes. Depois de ser acusado de usar a documentação falsa, ele desceu do ônibus com sua bagagem. O indígena afirmou aos agentes que o motorista exigiu que ele descesse do ônibus dizendo que “lugar de índio é na aldeia”.

No entanto durante a noite, por volta de 19h, a PRF conseguiu contato com o motorista do ônibus. Ele alegou que após iniciar seu trabalho, realizou a contagem dos passageiros, como de rotina, e, por estar tudo certo, seguiu viagem. Horas mais tarde, às 06h da manhã, foi realizada a parada para o lanche, ao final dessa parada, às 06h30, todos os passageiros embarcaram quando o motorista teria sido procurado pelo indígena que o informara que gostaria de descer do ônibus. Diante do pedido, o motorista teria solicitado a presença de algumas testemunhas, para que se resguardasse, entretanto, o índio desistiu do pedido.

Segundo o motorista, após percorrer aproximadamente 5 km o indígena começou a se debater e a incomodar diversos passageiros e que, ao aproximar-se de Morrinhos. O motorista pediu para que aguardasse, pois o deixaria no posto da PRF, entretanto, como o indígena estava em uma forte discussão com um outro passageiro, ele optou por parar o ônibus no trevo de acesso a Morrinhos, quando o passageiro Sancler desceu, pegou um objeto o lançou no ônibus, sem causar danos.

A PRF entrou em contato com a Polícia Civil que informou que não havia delegado plantonista e que o motorista se apresentará espontaneamente nesta quarta-feira (08), quando será colhido seu depoimento. A documentação confeccionada pela PRF foi encaminhada para a Polícia Civil. O motorista alega que foram feitos alguns vídeos que comprovam sua versão e ficou de disponibilizá-los à PRF. Contudo, ainda não o fez.

Vale dizer que o indígena possui direito ao passe livre não por ser indígena, mas por se enquadrar no perfil do Programa Passe Livre do Governo Federal, gerenciado pelo Ministério dos Transportes, tendo em vista que ele é uma pessoa com deficiência – tem apenas uma das mãos. Mas a discriminação que sofreu ocorreu devido ao fato de ser indígena. 


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