O Partido Liberal (PL), que conta atualmente com 99 deputados federais, o que configura a maior bancada da Câmara dos Deputados, pode perder parlamentares insatisfeitos. A possibilidade veio à tona após uma discussão entre eles em um grupo do PL no WhatsApp, por causa dos votos dados à reforma tributária, de acordo com informações da Folha de S. Paulo.
Segundo a publicação, os parlamentares discutiram entre si no grupo após o partido dar 20 votos favoráveis à reforma, mesmo com todas as movimentações contrárias ao texto e às pressões do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A discussão teve troca de ofensas, pedidos para que deputados deixassem a legenda presidida por Valdemar Costa Neto, e evidenciou as diferenças entre o grupo mais alinhado a Bolsonaro e parlamentares do chamado ‘centrão’. Caso esses políticos deixem o PL, legendas como Republicanos, MDB, PP, Patriota e Solidariedade, são vistas como opções para recebê-los.
A crise é similar à vivida pelo Partido Social Liberal (PSL) em 2019, quando o ex-presidente, após se eleger em 2018, deixou a legenda pela qual foi eleito e levou consigo diversos aliados, com o projeto de fundar seu próprio partido político, o Aliança pelo Brasil.
Em 2022, o PSL se fundiu ao Democratas (DEM), dando a origem a um novo partido, o União Brasil. O Aliança pelo Brasil, por sua vez, não conseguiu recolher a quantidade necessária de assinaturas para a sua criação e o projeto fracassou.
PL seria ‘bomba relógio’, diz parlamentar; líder do partido minimiza
À reportagem da Folha, um parlamentar afirmou, sob reserva, que está em conversas avançadas com cinco congressistas do PL. Segundo ele, a legenda é uma “bomba relógio” preparada para explodir, em votações futuras na Casa que dividam a bancada ou nas discussões sobre as eleições municipais de 2024.
Já o deputado Altineu Côrtes (RJ), líder do PL na Câmara, tratou de minimizar os estragos. Ele afirma que a situação já foi contornada e que todos os deputados estão “com cabeça de tranquilidade”. Para o parlamentar “de jeito nenhum” o partido irá rachar.
“O PL é estruturado. O presidente Valdemar é um grande líder, tem diálogo com todos os deputados e eu procuro manter esse diálogo também. Tem que buscar respeito e equilíbrio para chegarmos aos entendimentos. É natural ter divergências”, pontuou o parlamentar.
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