11 de agosto de 2024
Meia-bomba • atualizado em 13/04/2022 às 17:35

Após denúncias, TCU começa a apurar compra de viagra com suspeita de superfaturamento nas Forças Armadas

Investigação se dá a partir de denúncias feitas pelo deputado federal Elias Vaz (PSB) e pelo senador Jorge Kajuru (Podemos)
Viagra a preço superfaturado? TCM começa a investigar (Foto: Pfizer)
Viagra a preço superfaturado? TCM começa a investigar (Foto: Pfizer)

O Tribunal de Contas da União já abriu processo para fiscalizar a compra de 35 mil comprimidos de Viagra para as Forças Armadas, com suspeita de superfaturamento que pode chegar a 143%. O relator é o ministro Weder de Oliveira. O processo é resultado de representação do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e do senador Jorge Kajuru (Podemos-GO). As denúncias foram feitas ao longo da semana.

 “É preciso apurar esse caso rigorosamente. Nos hospitais públicos, está faltando até mesmo dipirona. E para as Forças Armadas o governo libera compra de Viagra. É dinheiro público, a sociedade merece uma satisfação”, ressalta Elias Vaz. 

O processo 00106/2020, com o princípio ativo Sildenafila, composição Sal Nitrato (nome genérico do Viagra), para a compra de 15.120 comprimidos de 25 mg, estabelece como preço unitário R$3,65.  A data da compra, para atender a Marinha, é 7 de abril de 2021. Acontece que outro processo, de número 00099/2020, para aquisição do mesmo medicamento, teve valor muito mais baixo. A data da compra, que atendeu o Exército, é 14 de abril de 2021 e cada comprimido saiu por R$1,50. Os dois processos são para atender unidades do Rio de Janeiro. 

Ao todo, Elias Vaz identificou no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal oito pregões homologados em 2020 e 2021 e ainda em vigor neste ano. Nos processos de compra, o medicamento aparece com o princípio ativo Sildenafila, composição Sal Nitrato, nas dosagens de 25 mg e 50 mg. O maior volume, 28.320 comprimidos, é destinado ao Comando da Marinha. Em seguida, aparece o Comando do Exército, com 5 mil comprimidos, e o da Aeronáutica, com 2 mil comprimidos. 

“O governo Bolsonaro tenta justificar a compra alegando que os remédios seriam usados para tratar outras doenças, mas já foi comprovado por especialistas que, nessa dosagem que as Forças Armadas estão recebendo, o medicamento tem apenas uma finalidade: tratar disfunção erétil, o que é justo, mas não com dinheiro público”, afirma o deputado.


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