Assim que assinou, nesta sexta-feira (24/12) a adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), parabenizou o governador Ronaldo Caiado (DEM), a quem tinha direcionado críticas ao longo das últimas semanas. Aliados nos primeiros dois anos de gestão, ambos dão sinal de distanciamento nessa reta final de administração.
“Parabéns ao estado, ao governador [Ronaldo Caiado]. Muito bom para a população de todo o Estado”, disse Jair Bolsonaro aos sorrisos e ouvindo palmas de deputados e senadores goianos presentes. Além do presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Lissauer Vieira, estavam presentes os deputados federais Francisco Júnior (PSD), Magda Mofatto (PL), José Nelto (PODE), José Mário Schreiner (DEM) e Major Vitor Hugo (PSL), que quer pavimentar candidatura ao Governo do Estado, concorrendo contra Caiado. O senador da República, Luiz do Carmo (MDB) também saiu na foto.
Em sinais de afastamento entre Bolsonaro e Caiado, Major Vitor Hugo esteve presente nas duas últimas transmissões ao vivo do presidente da República nas redes sociais. Em ambas, o deputado federal teceu críticas indiretas e cobrou transparência do democrata em relação ao RRF. O presidente também tem atacado Caiado principalmente quando os assuntos são o ICMS dos combustíveis e as políticas de distanciamento social.
Na saída da reunião, realizada a portas fechadas, o governador Ronaldo Caiado comemorou. “É o maior presente de Natal que poderia ser dado aos 7,2 milhões de goianos”, disse Caiado. O governador ainda lembrou que tenta colocar Goiás no RRF desde que assumiu o governo, em 2019, e agradeceu a bancada do estado pelo apoio.
O democrata afirmou que 2022 “vai ser o ano da retomada” e de “maior crescimento econômico” de Goiás, a partir do ingresso no RRF. Segundo ele, isso se dá porque o estado passa a ter previsibilidade. “Goiás hoje sabe como administrar seu dinheiro e vai se transformar num case para os demais estados”, disse.
Com a entrada no RRF, o estado tem que apresentar contrapartidas para melhorar a situação fiscal. Uma delas é limitar o aumento da folha salarial e gastos públicos. Porém, Caiado garantiu que o governo trabalha com a possibilidade de realizar concursos e dar outros benefícios ao funcionalismo público. “Isso aqui é equilíbrio fiscal, é ajuste fiscal. É a previsibilidade de as pessoas terem seu salário, sua aposentadoria. progressão, promoção, novos editais para concurso público e reajuste dentro daquela capacidade específica do governo. Quanto mais o governo for recuperando o quadro fiscal, reajustes serão dados”, concluiu.
Segundo o governador, Goiás já tinha uma dívida fixa de mais de R$ 17 bilhões, além de R$ 6 bilhões em débitos acumulados.
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