07 de agosto de 2024
ESCÂNDALO DA AMERICANAS

Após comunicado à Interpol, ex-Ceo da Americanas é preso em Madri

Prisão de Miguel Gutierrez foi efetuada hoje pela Interpol, informou a PF
Ex-CEO foi preso em Madri, na Espanha, onde tem cidadania - Foto: Reprodução Globo News
Ex-CEO foi preso em Madri, na Espanha, onde tem cidadania - Foto: Reprodução Globo News

Foi preso na manhã desta sexta-feira (28) em Madri, na Espanha, o ex-CEO da Americanas S.A no Brasil Miguel Gutierrez. A Polícia Federal confirmou a prisão dele, principal investigado da Operação Disclosure deflagrada na quinta-feira (27).

Ele se tornou alvo de mandado de prisão preventiva, que segundo a Agência Brasil, foi efetuada pela Interpol. A ação é resultado de cooperação internacional iniciada no Núcleo de Cooperação Internacional da PF no Rio de Janeiro (NCI/Interpol/RJ), após a inclusão de seu nome na lista de Difusão Vermelha (Red Notice) da Interpol.

Com prisão de ex-CEO, falta ser presa ex-diretora da Americanas

Anna Christina Saicali outra ex-diretora da empresa que também é investigada, se encontra no exterior, foragida. As suspeitas são de que ela esteja em Portugal.

Gutierrez tem cidadania espanhola, segundo divulgou a Tv Globo nesta sexta. A Espanha não possui tratado de extradição com o Brasil. A reportagem não localizou a defesa dos dois.

PF aponta fraudes contábeis

Os dois ex-diretores são acusados de participação em fraudes contábeis que chegam a R$ 25,3 bilhões, segundo a Polícia Federal. Além dos mandados de prisão preventiva, os agentes cumpriram na quinta-feira (27), 15 mandados de busca e apreensão e o sequestro de bens e valores autorizados pela Justiça, que somam mais de R$ 500 milhões.

As investigações, que contaram com a colaboração da atual diretoria do grupo Americanas, também tiveram a participação do Ministério Público Federal (MPF) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

De acordo com a PF, os alvos da operação praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste numa operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos.

Manipulação intencional

“Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram”, informou a PF, por meio de nota.

Também por meio de nota, o grupo Americanas informou que reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso “e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria”.

De acordo com a empresa os ex-diretores manipularam, de forma intencional, os controles internos existentes. “A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos”.


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