O presidente Jair Bolsonaro questionou uma repórter, na noite desta terça-feira (28), na portaria do Palácio do Planalto, sobre o que ela queria que ele fizesse frente à crescente do número de mortos pelo novo coronavírus no Brasil. Ontem, o país viveu o pior dia da pandemia e ultrapassou 5 mil vítimas, superando os números da China, berço da Covid-19.
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, fazendo referência ao próprio sobrenome.
Segundo o presidente, o vírus atingirá cerca de 70% da população e não é possível conter isso. “Infelizmente é uma realidade”, disse Bolsonaro. Ele ainda afirmou que se solidariza com as famílias das vítimas.
“Lamento a situação que nós atravessamos com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, que a grande parte eram pessoas idosas”, asseverou. “Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente, a gente quer ter uma morte digna e deixar uma boa história para trás “, completou Bolsonaro.
Críticas
Políticos reagiram à fala do presidente e fizeram críticas. O senador Major Olímpio (PSL-SP) afirmou que o brasileiro não espera por milagres, mas “espera de fato de cada um de nós que tem a responsabilidade pública é que haja um comprometimento cada vez maior, um trabalho cada vez mais intenso para diminuir o número de mortes”.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que a postura de Bolsonaro é lamentável e afirmou que ele é o principal responsável pelo agravamento da crise sanitária. “Ele antagonizou com governadores e prefeitos, minimizou os impactos da crise, e atacou o isolamento social”.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), também foi contundente na crítica. “Pedir a Bolsonaro para realmente governar é pedir um milagre ? Não queremos ‘milagres’, queremos apenas que ele pare de criar confusão política e de minimizar mortes e tragédias. Ou seja, queremos apenas que ele assuma os seus deveres diante de uma gravíssima pandemia nacional”.
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