A relação entre a Prefeitura de Goiânia e a Câmara Municipal entrou em uma nova fase de estabilidade política, segundo o vereador Wellington Bessa (DC), líder do prefeito Sandro Mabel no Legislativo. Em entrevista à Rádio Difusora de Goiânia, nesta quarta-feira (17), o parlamentar afirmou que o Paço conta hoje com uma base consolidada de apoio e projetou um encerramento de ano marcado por superávit histórico nas contas do município.
“Hoje a gente trabalha com 26 vereadores na base. Além disso, há parlamentares independentes e outros que fazem oposição. Mas o ambiente é de convergência. O diálogo amadureceu e isso mudou o cenário político da cidade”, declarou Bessa.
Base ampliada após ano de tensão
Bessa reconheceu que o primeiro ano de gestão foi marcado por dificuldades administrativas e políticas, tanto no Executivo quanto no Legislativo. Segundo ele, a ausência de planejamento herdado e a necessidade de reorganizar contratos e despesas públicas contribuíram para o desgaste inicial.
“O primeiro ano de governo é sempre o mais difícil. Você assume uma gestão sem planejamento prévio e precisa, ao mesmo tempo, planejar e executar. Isso gera tensão, inclusive na Câmara”, explicou.
Apesar disso, o vereador avaliou que o cenário mudou nos últimos meses, com maior alinhamento entre os poderes. “Nós temos uma Câmara qualificada e um prefeito gestor. Com mais diálogo, conseguimos avançar”, afirmou.
LDO e LOA devem ser aprovadas sem prejuízos
Um dos principais impasses do ano foi a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que enfrentou resistência por conta de emendas consideradas inviáveis pela Secretaria Municipal de Finanças. O projeto chegou a ser retirado e reenviado ao Legislativo.
Segundo Bessa, o entrave foi superado e não haverá prejuízo para a execução orçamentária de 2026. “Independentemente do atraso, nós vamos aprovar a LDO e a LOA. São leis essenciais e ano que vem não haverá qualquer tipo de prejuízo em decorrência disso”, garantiu.
Superávit pode ultrapassar R$ 1 bilhão
Ao rebater críticas sobre o início da gestão, o líder do prefeito destacou a recuperação financeira da Prefeitura de Goiânia. De acordo com ele, os números demonstram uma virada fiscal significativa.
“No começo do ano, a prefeitura enfrentava dificuldades financeiras, na saúde e em outras áreas. Mas isso foi sendo superado. Já no segundo quadrimestre, os dados apontavam um superávit expressivo de cerca de R$ 700 milhões. A expectativa é fechar o ano com superávit acima de R$ 1 bilhão”, afirmou. Para Bessa, os resultados reforçam que o desgaste inicial deu lugar a um cenário mais positivo:
Hoje o prefeito termina o ano com notícias boas e com a gestão engrenada.
CEI do Consórcio Limpa Gyn perde protagonismo
Questionado sobre a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga o Consórcio Limpa Gyn, o vereador fez uma avaliação crítica sobre os efeitos políticos da investigação. Embora tenha defendido a legitimidade de apurações, Bessa afirmou que a comissão acabou gerando mais desgaste do que resultados práticos.
“Eu sempre disse que investigação é legítima. O que eu questionei foi o protagonismo que a CEI atrai. Ela chama a atenção da imprensa e cria uma pauta negativa, mas depois de 120 dias, não vimos resultados concretos”, avaliou.
Segundo ele, há outros instrumentos de fiscalização mais eficazes. “Temos o Tribunal de Contas do Município, o Ministério Público e outros órgãos de controle. A CEI atrai muita atenção e, às vezes, não entrega respostas”, completou. Para Bessa, o tema tende a perder espaço nos próximos meses.
Projetos destravados e agenda até o recesso
O vereador também destacou a aprovação recente de projetos considerados estratégicos para a administração municipal, que estavam parados na Câmara. Entre eles, a concessão de ajuda de custo a servidores da educação, abertura de crédito para parcerias público-privadas e a atualização do Programa de Autonomia Financeira (PAF) das instituições educacionais.
“São projetos que impactam diretamente a vida da população e dos servidores. Conseguimos destravar essas pautas e avançar”, afirmou. Segundo Bessa, além da LDO e da LOA, ainda há projetos relevantes em tramitação, mas a expectativa é concluir todas as votações até o dia 30, antes do recesso parlamentar.
Eleição antecipada da Mesa fica para 2026
Sobre a possibilidade de antecipação da eleição da Mesa Diretora da Câmara, tema que ganhou força no segundo semestre, Bessa afirmou que a discussão perdeu fôlego diante de questionamentos jurídicos após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Existe muita dúvida sobre a legalidade de uma antecipação muito prematura. Pelo que percebo dos colegas, essa discussão deve ficar para o ano que vem, provavelmente no meio do ano”, disse.
Ao final da entrevista, o líder do prefeito reforçou que o foco da Câmara é concluir o ano com estabilidade política e institucional. “O objetivo é seguir fortalecendo o diálogo entre o Legislativo e o Executivo, para entregar resultados à população de Goiânia”, concluiu.
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