O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) anunciou, nesta sexta-feira (12), o fim do maior incêndio florestal ativo do país, que atingia as regiões de Nova Roma e Monte Alegre de Goiás. Após 33 dias de combate ininterrupto, a operação mobilizou bombeiros especializados, brigadas parceiras e órgãos ambientais, resultando no controle total das chamas que devastaram 84.050 hectares, área equivalente a cerca de 840 km², similar ao território de cidades como Campinas (SP) e João Pessoa (PB).
O incêndio teve início em quatro focos distintos, espalhando-se rapidamente pela vegetação densa e pelo relevo acidentado, considerado uma das principais dificuldades da missão. O trabalho de combate envolveu pelo menos 50 bombeiros em revezamento, além de equipes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), do ICMBio, do Prevfogo/IBAMA e da Brigada Aliança. Aeronaves e drones também foram empregados para monitoramento aéreo e identificação de pontos críticos.
Um dos momentos mais delicados ocorreu nas proximidades das rodovias GO-241 e GO-112, onde o avanço das chamas chegou a ameaçar comunidades vizinhas. A atuação rápida das equipes impediu que o fogo ultrapassasse as vias, evitando danos ainda maiores. Outra preocupação constante foi a proteção da Estação Ecológica de Nova Roma, área de conservação considerada prioridade no plano da Operação Cerrado Vivo 2025.
De acordo com o Tenente Costa Silva, comandante do incidente, o resultado só foi possível graças à união de esforços entre instituições públicas, brigadas e comunidades locais. O resultado alcançado é fruto de um trabalho integrado e de um grande esforço coletivo. Foram dias de dedicação, superando dificuldades de relevo e clima, utilizando todos os recursos disponíveis para proteger a população, o meio ambiente e as áreas de conservação. Essa vitória é do povo goiano e de todos que acreditam na força da Operação Cerrado Vivo, destacou.
Esforço coletivo
Além do trabalho técnico das equipes, a mobilização das prefeituras e da população local foi fundamental. Comunidades forneceram alimentação, água e apoio logístico, além de informações estratégicas sobre o terreno. A atuação colaborativa foi considerada decisiva para que o incêndio fosse controlado.
Condições adversas
Entre os maiores desafios enfrentados, os bombeiros citaram:
- relevo com paredões de pedra e acessos quase intransponíveis;
- ausência de estradas em várias localidades;
- mudanças constantes no clima e na direção do vento;
- necessidade de vigilância noturna e atuação em horários de maior risco.
Alerta à população
Com a extinção do incêndio, o Corpo de Bombeiros reforça a orientação de que a população não utilize fogo durante o período de estiagem. Queimadas ilegais para limpeza de pasto ou lixo podem provocar novos focos e colocar em risco vidas humanas, propriedades e áreas de preservação.
O CBMGO recomenda que, diante de flagrantes de incêndios criminosos, a população registre imagens e acione imediatamente a Polícia Militar ou a Polícia Civil. “Atitudes simples de prevenção podem salvar vidas e preservar o meio ambiente”, reforça a corporação.
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