Depois de um 2016 desastroso, a natação brasileira recuperou um pouco de seu brio no Mundial de Budapeste. A equipe nacional colecionou oito medalhas na competição que encerrou neste domingo (30).
Foram cinco em provas de piscina, das quais uma de ouro e quatro de prata, e presença em 12 finais.
Além dessas estatísticas, também foram conquistados três pódios na maratona aquática, todos com Ana Marcela Cunha (ouro nos 25 km e bronze nos 5 km e 10 km). O país ficou em décimo no quadro de medalhas.
O número é superior ao do Mundial de Kazan, em 2015, quando somou sete medalhas -quatro pratas, dois bronzes e um ouro-, e teve campanha superior a países como Canadá, África do Sul, Japão e França, que saíram com láureas da Rio-2016.
Os números são menos importantes do que o sentimento de alívio conquistado.
Depois de levar a prata nos 50 m livre no sábado (29) com o melhor tempo de sua vida (21s27), Bruno Fratus expressou o sentimento geral dos nadadores do país.
“A Olimpíada do Rio foi um pesadelo”, afirmou.
O velocista chegou como cotado ao pódio nos Jogos, mas terminou os 50 m livre apenas em sétimo. Ao final do evento em casa, o Brasil saiu sem pódios, e com apenas oito finais disputadas.
Após a Olimpíada, um escândalo abalou as estruturas da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Investigação do Ministério Público Federal apontou desvio de verba e corrupção da cúpula da entidade.
O ex-presidente Coaracy Nunes e outro três dirigentes (Sérgio Alvarenga, Ricardo de Moura e Ricardo Cabral) foram afastados e, em abril passado, acabaram presos em operação da Polícia Federal -todos estão soltos atualmente graças a habeas corpus.
Em junho, o paulista Miguel Cagnoni foi eleito para chefiar a entidade neste ciclo.
“Independentemente das medalhas, que sempre são muito bem-vindas, foi importante para os atletas, que superaram o trauma dos Jogos”, disse o supervisor da CBDA, o ex-nadador Ricardo Prado.
“Foi um balanço altamente positivo, além do que eu esperava. O Brasil veio aqui e mostrou solidez”, complementou. “Que seja um recomeço para daqui adiante.”
Apesar dos resultados, tendo como meta os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 ainda há desafios para a natação brasileira.
Cinco das oito medalhas foram conquistadas em provas que não fazem parte do programa da Olimpíada (50 m costas, 50 m peito e 50 m borboleta, e 25 km e 5 km na maratona aquática).
Na natação, ao menos o maior número de finais nas piscinas foi em eventos olímpicos (7×5). Em Kazan, dois dos quatro pódios na natação foram em provas não olímpicas também.
Na próxima temporada, os principais compromissos são o Pan-Pacífico de Tóquio, em agosto, o Mundial em piscina curta (25 m), na China, em dezembro.
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