Com mais um corte orçamentário no valor de R$ 2,4 milhões, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) na tarde da última segunda-feira (28), e o encerramento do semestre letivo de 2022/2 previsto para fevereiro de 2023, a reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), professora Angelita Pereira de Lima, espera conseguir finalizar o calendário letivo deste ano.
Os R$ 2,4 milhões, somados aos R$7,8 milhões cortados em junho deste ano, chegam ao montante de R$ 10,2 milhões a menos para a manutenção da UFG. Os cortes orçamentários impactam, principalmente, no pagamento de bolsas destinadas aos estudantes, na manutenção do restaurante universitário e no pagamento de prestadores de serviço da universidade.
Em entrevista à CBN Goiânia, nesta terça-feira (29), a reitora afirmou que espera manter as atividades acadêmicas e os recursos básicos até o recesso de dezembro. “Até este momento, para dezembro, vamos manter pagamento das bolsas, que é fundamental para os estudantes, e manter o restaurante universitário. Esperamos reaver esse recurso para que não tenhamos que fazer alguma interferência nesses benefícios”, pontua a reitora.
Por enquanto, a expectativa é tentar negociar com os fornecedores, responsáveis pelos serviços de limpeza, manutenção patrimonial, segurança, entre outros, e aguardar uma melhor situação para o ano de 2023. “Vamos realizar todo o empenho. Vamos negociar com os fornecedores para manter e encerrar esse ano e quando retornarmos na segunda semana de janeiro esperar em termos uma expectativa diferente”, disse.
De acordo com Angelita, a perda de recursos acentuou as dificuldades, mas a única alternativa, no momento, é negociar com os prestadores e tentar adiar os pagamentos. “Como gestores, nós somos obrigados a enrolar a dívida. Estamos com 10 milhões de passivo para o ano que vem”, acrescenta.
A professora explica que a grande preocupação é com os serviços essenciais, básicos para a manutenção da universidade, que garantem o funcionamento e estrutura dos prédios, bem como a realização das atividades. “São os três setores mais impactados, o que consolida a nossa incapacidade de honrar com os compromissos que fizemos com as nossas prestadoras de serviço”, pontua.
Segundo a reitora, a Universidade já reduziu custos desde o meio do ano, entretanto, o novo corte impacta, principalmente, nas contas básicas, como energia, água, limpeza e segurança. “Vinhamos fazendo cortes, negando viagens para professores que realizavam suas pesquisas e extensões. O que impacta é a prestação de serviços. Os serviços que a universidade tem que contratar para sobreviver. Desde a energia, serviço de segurança terceirizado e serviço de limpeza”, afirma.
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