05 de dezembro de 2025
Decisão • atualizado em 15/07/2025 às 09:52

Apesar de Daniel Vilela abrir negociação, psicólogos e médicos mantêm paralisação no Detran-GO

Mesmo após reunião considerada positiva com o governador em exercício, categorias decidiram manter paralisação de 48h por reajuste inflacionário que não é aplicado há nove anos
Na segunda-feira (14), representantes da categoria participaram de uma reunião no Palácio com o governador em exercício. Foto: Divulgação.
Na segunda-feira (14), representantes da categoria participaram de uma reunião no Palácio com o governador em exercício. Foto: Divulgação.

Os médicos e psicólogos credenciados ao Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) iniciaram nesta terça-feira (15) uma paralisação de 48 horas em todo o Estado. A mobilização continua, mesmo após o governador em exercício, Daniel Vilela, ter recebido representantes das categorias em reunião no Palácio na segunda-feira (14), onde demonstrou disposição em atender parte das demandas.

Segundo os profissionais, a reunião foi considerada um avanço. Daniel reconheceu a legitimidade do pedido por correção inflacionária, que está sem aplicação há nove anos, e se colocou à disposição para elaborar um decreto que regulamente a recomposição anual e corrija as distorções nas tabelas de pagamento. Além disso, a questão dos índices de reajuste será analisada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que deve definir a fonte dos recursos e o processo de empenho.

Ainda assim, a insatisfação das categorias com o congelamento prolongado dos valores levou à manutenção da paralisação. Em assembleia realizada no dia 14, os psicólogos decidiram de forma democrática seguir com o movimento por mais 48 horas. A votação contou com 147 participantes, sendo 140 a favor da continuidade, 5 contra e 2 abstenções.

A categoria argumenta que, apesar do avanço no diálogo, ainda não há garantias concretas de que a correção será aplicada nem prazos definidos para o decreto prometido. Os psicólogos também solicitaram o fim da exigência de “retestes” psicológicos, considerados indevidos tecnicamente, e a inclusão desse ponto nas tratativas.

Tabela defasada

Atualmente, os valores pagos por exames psicológicos comuns são de R$ 100, e passariam para R$ 177,46 com a correção reivindicada. Já os exames para ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotores) iriam de R$ 65 para R$ 115. A atuação em juntas passaria de R$ 135 para R$ 239,57.

No caso dos médicos, os exames comuns pagos hoje em R$ 90 subiriam para R$ 159,71. O valor para exames de ACC passaria de R$ 60 para R$ 106,48. Já a atuação em juntas médicas seria reajustada de R$ 150 para R$ 266,19, e na junta técnica, de R$ 108 para R$ 191,66.

Categorias seguem mobilizadas


A paralisação atinge diretamente os serviços relacionados à obtenção ou renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), com exceção dos atendimentos considerados inadiáveis, que continuam sendo realizados conforme determina a legislação.

Tanto o Sindicato dos Médicos (SIMEGO) quanto a Associação dos Psicólogos de Tráfego de Goiás reforçam que não reivindicam aumento salarial, mas a correção de valores defasados, prevista em lei e nunca aplicada. O estudo que embasa os números foi elaborado com apoio técnico da junta representativa da categoria e com contribuições da Associação Brasileira de Psicologia do Trânsito (Abrapsit).

Representantes do Conselho Regional de Psicologia de Goiás (CRP09) também participaram da reunião com o governo, por meio de sua assessoria jurídica. A expectativa das categorias é de que o decreto anunciado por Daniel Vilela avance nos próximos dias e seja capaz de encerrar o ciclo de congelamento dos pagamentos.



Leia mais sobre: / / / Cidades / Notícias do Estado