10 de agosto de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 09:27

Apesar de combustível e luz, inflação fica abaixo do piso da meta pela 1ª vez

Após ter registrado deflação em junho, a inflação no país voltou a subir em julho, divulgou o IBGE nesta quarta-feira (9).

O IPCA, índice oficial de inflação do país, teve alta de 0,24% em julho. Os vilões do mês foram justamente os que deram alívio no mês passado.

A alta dos combustíveis promovida pelo governo de Michel Temer e a mudança da bandeira tarifária nas contas de luz reverteram a queda de junho e pressionaram o índice de preços em julho.

O governo autorizou aumento no imposto nos combustíveis em 21 de julho. Mesmo tendo ocorrido no fim do mês, a medida teve impacto no IPCA porque a gasolina tem peso importante no indicador. Alimentos, na outra ponta, deram alívio, devido à melhor safra.

Em junho, o país teve a primeira queda de preços -chamada de deflação- em 11 anos, ao registrar variação de 0,23%, algo que não era visto desde 2006. Na ocasião, a queda da conta de luz, da gasolina e dos alimentos ajudaram reduzir o índice.

O resultado de julho foi o melhor para o mês desde 2014 (0,01%). O dado do mês veio acima do que previam analistas consultados pela agência Bloomberg, que estimavam IPCA em 0,19%.

ACUMULADO

A energia elétrica teve o maior impacto individual, com alta de 6% em julho. A gasolina subiu 1,06% e o etanol, 0,73%. Os combustíveis tiveram aumento de PIS/Cofins.

No acumulado de 12 meses encerrados em julho, o índice ficou em 2,71%, mais alto que a previsão dos analistas, de 2,66%.

É a primeira vez em dez anos que o índice em 12 meses fica abaixo de 3%, o piso da meta do governo federal.

No acumulado dos sete meses do ano, a alta foi o 1,43%, a mais baixa para o período desde 1994, o início da série histórica medida pelo IBGE.

A crise tem feito desabar a inflação no Brasil. O desemprego e o endividamento das famílias derrubaram o consumo de produtos e serviços no país.

Apesar da crise, foi somente neste ano que a inflação realmente começou a cair. No ano passado, quebras de safras e altas no preço da energia elétrica impediram a queda de preços na economia. Os vilões de outrora são hoje componentes da queda de preços.

Mesmo com a desaceleração, o índice sofre impacto de altas pontuais desses componentes, como ocorreu neste julho.

Foi em abril deste ano que a inflação acumulada em 12 meses ficou abaixo do centro da meta do governo pela primeira vez em sete anos. Isso não ocorria desde dezembro de 2010.

A meta de inflação do governo é de 4,5%, com variação de até dois pontos percentuais para cima.

Em agosto do ano passado, a inflação em 12 meses estava em 8,97%. A partir daquele mês, a taxa anualizada iniciou trajetória de desaceleração constante.

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