Com o objetivo de amparar filhos e filhas de mães que estão presas e evitar que tais crianças sigam o caminho do crime, Aparecida de Goiânia passa a ser a 12ª cidade a implantar o Programa Amparando Filho. O projeto foi instaurado pelo juiz Fernando Augusto Chacha Rezende, na última sexta-feira (7).
De acordo o juiz o programa busca evitar que crianças e adolescentes sigam os mesmos caminhos que suas mães. Segundo ele, uma pesquisa americana aponta que filhos de pais presos, tem 500% de tendência a entrar no mundo do crime, pois esse número está relacionado a desestrutura familiar.
Uma das ações do projeto é promover encontros humanizados entre mães e filhos, distantes do ambiente carcerário, em um espaço recreativo e sem os constrangimentos de revistas e outros procedimentos de segurança. Além disso, é realizado um acompanhamento das famílias, com abordagens multidisciplinares, psicólogos e assistentes sociais.
O projeto em tem o propósito de efetivar medidas de proteção para os filhos de pessoas presas que se encontram recolhidas nos presídios. O projeto já foi instalado em 12 comarcas, como Goiânia, Aparecida de Goiânia, Serranópolis, Anápolis, Jataí, Iporá, Luziânia, Israelândia, São Luís dos Montes Belos, Paraúna, Cachoeira Alta e Itumbiara.
Segundo a juíza do Juizado da Infância e da Juventude de Aparecida de Goiânia e coordenadora do programa na comarca, Stefane Fiúza Cançado, o primeiro passo é saber onde encontrar os filhos das presas, verificar se estão matriculados em alguma escola, se são bem cuidados, bem protegidos e regularizar a guarda judicial e as necessidades materiais, educacionais e de proteção a cada uma dessas criança e adolescentes. “A expectativa da implantação do Programa Amparando Filhos é muito positiva”, acrescenta.
Situação
O Estado de Goiás são cerca de 674 mulheres presas, sendo que 618 delas são mães, ou seja um total de 1.327 crianças, com idade média de 9 anos. Na cidade da Aparecida de Goiânia, de acordo com Stefane Fiúza, são 80 mães com filhos menores de idade.
A média das penas das mulheres que já foram condenadas na cidade é de 12 anos, 7 meses e 20 dias. Segundo dados levantados pelo juiz Fernando Augusto, cerca de 58% dos filhos de mulheres goianas encarceradas nunca visitaram suas mães na cadeia, sendo que apenas 15% as visitas quinzenalmente e apenas 1% fazem vista de forma semanal.
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