O apagão energético que deixou cerca de 29 milhões de brasileiros sem energia no último dia 15 de agosto foi motivado por falha em equipamento de usina. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o sistema de proteção demorou mais tempo que o previsto para entrar em ação, o que gerou uma sobrecarga e o consequente blecaute.
Conforme o diretor-geral da ONS, Luiz Carlos Ciocchi, a conclusão veio após informações internas repassadas pelos agentes do setor. “Esta avaliação só foi possível graças às informações que os agentes [do setor elétrico] nos passaram, mostrando o tempo que o aparelho [um regulador de tensão] de uma usina demorou a entrar em ação”, afirmou Ciocchi.
A relevação feita pela entidade privada responsável por coordenar e controlar a operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional, nesta terça-feira (29). A informação foi anunciada na abertura da reunião conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
Ciocchi destacou que o equipamento em questão deveria ter demorado 15 milissegundos para entrar em ação, conforme previsto nos projetos habilitados pelos agentes econômicos, mas demorou entre 80 milissegundos e 100 milissegundos. O diretor da ONS reforçou ainda que o “evento zero” desencadeador de todo o problema foi o desligamento da linha de transmissão 500kV Quixadá-Fortaleza.
Por fim, o diretor destacou que a ocorrência foi um “fenômeno completamente inusitado”. De acordo com ele, o sistema brasileiro tem proteções em sequência e foi projetado para resistir a uma perda simples, que deveria, teoricamente, ter evitado o apagão. Com efeito, o detalhamento e conclusão final das causas e responsabilidades do blecaute deverão ser divulgados nas próximas semanas no relatório da ONS.
Com informações da Agência Brasil
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