O príncipe da Arábia Saudita tem adotado políticas reformista desde que assumiu o cargo em 2017. Restringiu poderes da polícia religiosa e deu fim a proibição de mulheres que antes não podiam sequer dirigir veículos. Avançou à liberalização social e econômica em seu país mas vem sofrendo críticas e denúncias de grupos de direitos humanos que afirmam que o príncipe tem perseguido ativistas, o acusam de bombardear o Iêmen e também mandar matar um jornalista que tecia críticas a sua forma de gestão. Jamal Khashoggi foi assassinado em outubro de 2018, na embaixada da Arábia Saudita em Istambul, Turquia. Relatórios da CIA publicizados no jornal norte-americano “Washington Post” mostram que o assassinato teria sido ordenado pelo príncipe, apesar do governo saudita negar e dizer que Mohammed não está envolvido no assunto.
No encontro do G20 no Japão, Jair Bolsonaro parece ignorar esse contexto. “Firme em minha determinação de trazer investimentos para nosso país, conversei com o Príncipe Mohammad bin Salman da Arábia Saudita, maior economia do mundo árabe, sobre oportunidades de investimento no Brasil”, escreveu no Twitter, na manhã deste sábado. “Estamos adotando uma posição muito mais equilibrada no Oriente Médio”, concluiu. Espera-se em todo o caso, uma política de negociações mais aberta com o país do príncipe.
Ontem, na sexta-feira (28/06) o presidente norte-americano Donald Trump ignorou o assunto após encontrar com o príncipe num pequeno-almoço de trabalho promovido pelo G20. Longe disso, elogiou Bin Salman dizendo que tem feito uma “grande obra” e que a Arábia Saudita “é uma boa compradora de produtos norte-americanos”. Também disse que era um “amigo”. Trump chegou a ficar irritado com a insistência de jornalistas que o questionavam sobre Khashoggi.
Além dos relatórios de investigação da CIA, a ONU publicou um relatório no qual responsabilizava diretamente o príncipe pelo assassínio de Khashoggi e pediu mais sanções internacionais contra a monarquia saudita.
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