20 de novembro de 2024
Cidades

Antes da era Marconi a PM era desvalorizada pelos governadores, destaca Coronel Alves

Ao discursar na solenidade comemorativa aos 158 anos da Polícia Militar de Goiás ocorrida na noite desta quinta-feira (28) na Academia da PM, no Setor Universitário, em Goiânia, o comandante geral, coronel Divino Alves teceu elogios ao governador Marconi Perillo pelo respeito e o zelo dispensados à instituição durante os seus três mandatos e meio. “Asseguro-lhe que somente quem, como eu e vários outros, no passado, antes da Era Marconi, viveram a época das retaliações, dos salários atrasados, da falta de combustível para as viaturas, e que era comparada a carne podre. Quem teve que empurrar viaturas estragadas é que sabe o que o senhor representa para a PM de Goiás. Temos certeza de que somos reconhecidos por aquilo que temos feito em prol da sociedade goiana no cumprimento do nosso dever”, declarou o comandante.

Divino Alves agradeceu o investimento que tem sido feito pelo governo do Estado no reaparelhamento das forças de segurança. Lembrou que, somente nos últimos quatro meses, já foram destinados 26,5 milhões de reais, dos quais cerca de 15 milhões somente para a Polícia Militar, não computados o pagamento de horas extras, folhas salariais, combustíveis etc.

Agradeceu também os investimentos que têm sido feitos no aporte de inclusão, qualificação e valorização dos recursos humanos da PM. “Queremos agradecer pela abertura de concurso público visando o provimento de 2.400 vagas para soldados e 80 vagas para o curso de formação de oficiais”, completou.

O comandante geral da PM disse ainda que as forças de Segurança de Goiás têm apresentado expressivas reduções dos indicadores de criminalidade. “Sabemos com certeza que ainda há muito o que fazer, mas temos a certeza de que estamos no caminho certo”.

 O vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton, que assistiu toda a solenidade ao lado do governador Marconi Perillo, fez um alerta no sentido de o Brasil repensar a sua estrutura de segurança pública. Lamentou que hoje o Brasil só tenha uma Secretaria Nacional agregada ao Ministério da Justiça para tratar de Segurança Pública. “A educação e a saúde – declarou – têm recursos vinculados, mas para a Segurança Pública tão somente os estados financiam as despesas com esta área. É preciso trabalharmos para a criação de um Ministério da Segurança Pública para que esta pauta e essa agenda entrem também no debate nacional”, observou.

Eliton defendeu uma reforma constitucional para impedir que criminosos sejam soltos sem o cumprimento total das penas. Segundo ele, o policial age com muita força, atua com muito rigor, mas a legislação não permite que o criminoso fique segregado da sociedade.

“No Brasil, absurdos dos mais variados acontecem. Um cidadão é preso por cometer homicídio, fica três anos detido aguardando o julgamento. Vai para o Tribunal do Júri, é condenado a 12 anos mas não fica preso porque já cumpriu parte da pena. Isso é um absurdo, que o Brasil precisa corrigir. Não podemos mais ter a cultura da impunidade”, salientou.

O secretário e vice-governador recordou a prisão, na semana passada, de uma quadrilha de roubo a caixas eletrônicos. Informou que essa quadrilha já havia sido presa há seis meses. “Não é possível que isso continue a acontecer no Brasil”, completou.

No encerramento de seu pronunciamento, acusou o Sistema Penitenciário Brasileiro de caótico e defendeu o descontingenciamento de 2 bilhões e meio de reais do Fundo Penitenciário Nacional para a construção de mais vagas.

Responsável pelo discurso que encerrou a solenidade, o governador Marconi Perillo seguiu na mesma linha dos oradores que o antecederam, cobrando atitudes do Brasil no enfrentamento ao tráfico de drogas e contrabando de armas: “Precisamos urgentemente estabelecer uma política rigorosa de combate ao tráfico de drogas e ao contrabando de armas nas fronteiras. Infelizmente, milhares de famílias brasileiras são infelicitadas pelas drogas que entram pelas fronteiras de países como a Colômbia, Bolívia e Paraguai”.

Ratificando o discurso que tem feito nos últimos anos, o governador voltou a defender que o Brasil coloque parte do efetivo das forças armadas para, em água, ar e terra, defender as fronteiras. Ao mesmo tempo, entende que o governo brasileiro deve ter em relação aos países, que permitem a produção e o tráfico de drogas, retaliações sérias do ponto de vista econômico e diplomático, não emprestando dinheiro do BNDES e de outras instituições financeiras.

Como uma resposta ao discurso do comandante Divino Alves, Marconi disse que, ao longo dos anos, teve a oportunidade de valorizar  e equipar a PM como nunca antes. “Tivemos governadores que valorizaram a PM, mas infelizmente muitos outros negligenciaram. Em nossos quatro governos, sempre procuramos dar efetivas provas de respeito e de lealdade a esta instituição”, declarou.

Por fim, o governador disse que outras providências e iniciativas em prol da PM serão anunciadas em breve. “Outras virão ainda neste ano, como a realização do concurso, mais equipamentos e também a valorização salarial que será anunciada em breve aqui mesmo nesta Academia”, salientou.


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