22 de novembro de 2024
Destaque • atualizado em 15/05/2021 às 09:58

Anel Viário da Região Metropolitana pode ter novo traçado e 163 km de extensão

Foto: Divulgação
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Representantes da bancada federal, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do Ministério da Infraestrutura (Minfra) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), se reuniram nesta sexta-feira (14), com o presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales, para discutir o traçado do Anel Viário da Região Metropolitana de Goiânia.

O objetivo era apresentar uma releitura do projeto inicial, elaborado em 1996, e sugerir um novo traçado para o trecho, com adaptação às transformações demográficas e territoriais ocorridas nos últimos 25 anos – período em que se arrastam as discussões sobre o assunto – e às mudanças previsíveis para a região. Para Pedro Sales, a revisão é “muito necessária”, para que não seja “extremamente tardia”. 

“O trajeto, que teria 82 quilômetros de extensão, conta apenas com os 18 quilômetros entregues pelo Dnit, na divisa entre Goiânia e Aparecida de Goiânia, o que impõe a urgência de novos planos para um trânsito que, há muito tempo, vive situação de colapso em qualquer horário do dia, causando prejuízos às vias de menor escoamento”, explica o presidente da Goinfra.

Ele demonstrou estar otimista quanto ao programa de concessão de um trecho da BR-060/364/452, proposto pelo Minfra, e ao apoio recebido dos parlamentares goianos e representantes dos governos municipal e federal que marcaram presença na reunião. Por outro lado, apresentou preocupação relacionada ao processo de relicitação, que depende muito das tratativas com a Triunfo Concebra, concessionária que atua no trecho. “Nesse caso, corre-se o risco de judicialização e o desfecho passa a ser incerto”, destacou.

Pedro Sales lembrou, ainda, que a apresentação do entendimento da Goinfra sobre a obra é a adição de um elemento novo à tomada de decisão do Governo Federal e uma contribuição da gestão do governador Ronaldo Caiado para a retirada das travas da questão. “É uma obra federal e a nós não compete a decisão definitiva. Mas, estamos muito gratos pela oportunidade de dividir o ponto de vista do Estado com as autoridades do Ministério”, declarou. 

Em entrevista à Rádio Bandeirantes (820), o senador Vanderlan Cardoso (PSD) afirmou que os estudos foram intensificados em busca de soluções e a reunião atual é decisiva para que a continuidade do anel viário de Goiânia saia do sonho para a realidade. Ele acredita que a obra deve ultrapassar o valor de R$ 1 bilhão.“ É obra para mais de R$ 1 bilhão, por isso tem que ser feito com parceria da iniciativa privada”, ressaltou.

Projeto

A proposta foi bem recebida pelos representantes do Minfra, Patrícia Castanha, coordenadora da Secretaria de Fomento, Planejamento e Parcerias (SFPP); e Stephane Quebaud, coordenador-geral de Outorgas Rodoviárias da Secretaria Nacional de Transportes Terrestres (SNTT). A mesma receptividade foi demonstrada pelos servidores do BNDES, Leonardo Leão, diretor de Estruturação de Projetos; e Paulo Eustáquio, diretor da Sytra Brasil.

O projeto também foi positivamente avaliado pelos secretários Fausto Sarmento (Infraestrutura Urbana) e Valéria Petterson (Relações Institucionais), ambos de Goiânia; pelos deputados federais Flávia Morais, João Campos e Francisco Junior; e pelo senador Vanderlan Cardoso. Todos foram favoráveis à união de forças para viabilizar, o quanto antes, a retomada das obras do Anel Viário da Região Metropolitana de Goiânia.

Ao fim do evento, a equipe técnica da Goinfra se juntou aos servidores do Governo Federal para uma vistoria técnica ao trajeto mencionado no estudo. “Agora, eles podem dimensionar, de forma presencial, parcela dos problemas que vivenciamos no dia-a-dia dessa região”, concluiu Pedro Sales. 

“O que vejo como grande vantagem do traçado da Goinfra em relação a outros modelos divulgados é que ele faz o contorno de Trindade, prevendo o potencial de crescimento de todas as regiões envolvidas e o adensamento populacional, que podem impactar diretamente sobre esse tipo de construção”, comparou o presidente da agência, classificando a iniciativa da sua equipe técnica como uma contribuição para que a pauta de discussão avance.

Para Riumar dos Santos, diretor de Planejamento da Goinfra, faz-se necessária a solução definitiva para o contorno a oeste da BR-153, ligando-o à BR-060, na saída para Rio Verde. E, do lado leste da BR-153, cria-se novo traçado, evitando, assim, o tráfego de caminhões existente no local. “Essa providência vai proporcionar melhor fluidez ao trânsito de Goiânia”, afirmou. Ele propôs, inclusive, que, após finalizada a obra, a gerência do trecho seja entregue à Prefeitura de Goiânia.

Victor Emmanuel, engenheiro da Rede Física da Goinfra, enfatizou que a falta de solução para o problema impacta negativamente sobre a mobilidade de 21 municípios que compõem a Região Metropolitana de Goiânia, entre eles, cidades circunvizinhas como Abadia de Goiás, Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Caldazinha, Goianápolis, Goianira, Guapó, Hidrolândia, Nerópolis, Santo Antônio de Goiás e Senador Canedo, que sofrem diretamente os prejuízos da morosidade da decisão. 

O técnico fundamentou seu estudo também na análise da relação entre a taxa de urbanização e a área territorial. Utilizando dados do Instituto Mauro Borges (IMB), demonstrou que a capital do Estado experimentou, entre os anos de 2000 e 2020, um crescimento populacional de 52%, passando de 1,7 milhão de habitantes para 2,6 milhões. “Considerando que 70% dos veículos deslocam-se para as zonas urbanas e que apenas 30% faz o transporte de cargas, sem um anel viário repensado, a nossa mobilidade na via tende a piorar muito nos próximos anos, pois esperamos, para 2024, uma população de cerca de 3 milhões de pessoas somente em Goiânia”, calculou.


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