Mais um desentendimento entre o deputado Amauri Ribeiro (UB) e parlamentares do PT marcou a sessão dessa terça-feira, 10, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). A sessão terminou em troca de acusações e agressões verbais e próxima de uma pancadaria entre Ribeiro e o petista Mauro Rubem.
Foi preciso que uma equipe de seguranças agarrasse o deputado do UB para evitar confronto físico. Isto porque o confronto verborrágico foi justamente o que causou a confusão.
Amauri Ribeiro, em diferentes momentos, ao citar o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas na expectativa de um minuto de silêncio, disse que o atual governo brasileiro apoia terroristas. Fez provocações à deputada Bia de Lima, também do PT, insinuando que ela não compreende o conflito, ironizando o fato dela ser professora.
Sessão era transmitida
Já Mauro Rubem, subiu à Tribuna e, ao responder às provocações, lembrou que há poucos dias, diante da Mesa Diretora e de vários deputados, na sessão também transmitida ao vivo como hoje, Ribeiro disse que espancaria a própria filha. Afirmou que faria isso mesmo se ela fosse casada, desde que soubesse que ela faz uso de maconha – assunto de vários debates naquele dia.
O deputado trata o assunto de violência familiar com naturalidade não é de agora. Em 2015, quando era prefeito de Piracanjuba, Amauri Ribeiro foi investigado pela Polícia Civil por agredir fisicamente uma das filhas, de 16 anos, deixando lesões nas costas e boca.
Xingamentos
Entretanto, ao dizer que Amauri Ribeiro não debate certas questões como deveria, Mauro Rubem ouviu ameaças e xingamentos do oponente.
O petista revidou dizendo que Ribeiro “acha que todo mundo aqui é a filha dele que pode apanhar, e nem a filha dele pode apanhar”. E repetiu várias vezes: “Apoiador de terroristas é ele” – fazendo alusão ao apoio público do deputado do UB aos grupos que levaram à tentativa de golpe de janeiro em Brasília.
Seguranças entraram em cena
Nesse momento, Amauri Ribeiro partiu para cima do petista. Seis seguranças, junto com deputados como o Coronel Adailton, que se aproximou, precisaram conter o parlamentar do UB, que não se acalmava.
“Você quer xingar todo mundo, e não quer ouvir? Que história é essa? Todo dia você xinga aqui, todo dia”, dizia bem alto Mauro Rubem ao microfone.
“Não toca no nome da minha família”, gritava repetidamente Amauri Ribeiro do outro lado do Plenário.
Sessão foi encerrada
A sessão foi encerrada às pressas neste momento. O parlamentar do União Brasil deixou o Plenário levado pelos seguranças. A transmissão também teve fim.
Mauro vai à Polícia
O deputado Mauro Rubem informou que vai representar contra Amauri Ribeiro na Polícia Civil pelas ameaças e tentativa de agressão. “Também vou entrar com representação na Assembleia, vai ser mais uma representação contra esse deputado que já ofendeu tanta gente aqui, inclusive muitas mulheres”, citou.
Ele afirmou ainda que sua assessoria jurídica está preparando outras medidas por conta de “graves acusações e ofensas” de Amauri Ribeiro.
Amaury aponta quebra de decoro
Já a assessoria do deputado do UB enviou uma nota onde ele vê quebra de decoro por parte do deputado Mauro Rubem, dizendo que a citação à sua filha “ofendeu o deputado Amauri Ribeiro”.
Para o parlamentar, houve um desvio no foco do que estava sendo debatido – os ataques terroristas do Hamas. Por fim, informou que “medidas legais para o caso estão sendo avaliadas e serão colocadas em prática”.
Mesa Diretora
Ainda não se sabe se o desentendimento entre os deputados vai ter alguma consequência por parte da Mesa Diretora ou da Comissão de Ética da Alego, acionada pela primeira.
A reportagem do Diário de Goiás telefonou e enviou mensagem para o presidente da Alego, Bruno Peixoto, também do UB, mas ainda não teve retorno.
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