O assessor comercial Davi Augusto de Souza, 40 anos, vítima de um tiro dentro de uma Igreja Evangélica em Goiânia terá de passar por uma nova cirurgia na perna, mas tem se recuperado bem do incidente ocorrido na noite da última quarta-feira (31/08). Ao Diário de Goiás, em vídeo encaminhado nesta sexta-feira (09/09), ele disse como tem passado os últimos dias.
De acordo com Davi, sua pressão, órgãos vitais e saúde estão em perfeito estado e não corre nenhum risco de vida, mas terá de passar por uma nova cirurgia. “Quero agradecer a todos pelas orações e falar que graças a Deus estou melhorando. As dores estão aliviando. Estou aguardando a perna desinchar para fazer mais uma cirurgia. Deus está pondo a mão e abençoando todas as coisas”, salientou.
Relembre o caso
Na noite do último 31 de agosto, um policial militar que frequenta a igreja Congregação Cristã no Brasil (CCB), localizada no setor Finsocial, em Goiânia, disparou contra um religioso durante o culto por conta de uma divergência política entre ambos. Ao jornal O Popular, o irmão da vítima relatou que as discussões começaram em torno de um mês após ele e o irmão terem posicionamentos contrários às falas do líder da igreja, que segundo ele, passou a pedir membros para não votarem em partidos ”vermelhos”.
De acordo com a Polícia Militar, foi instaurado um processo de apuração do que teria motivado o disparo, uma vez que, na ocorrência só consta a versão dos policiais que estavam no local, e segundo os agentes, o militar agiu de forma acidental ao efetuar o disparo.
Igreja não parou o culto
Após Davi ter sido baleado pelo militar, os membros da igreja Congregação Cristã no Brasil, continuaram com culto normalmente, mesmo com a movimentação de policiais e bombeiros na porta da igreja, segundo o irmão da vítima. ”Eles continuaram com o culto, normalzinho como se nada estivesse acontecido”, relata o irmão.
Agressões
As agressões que os irmãos receberam por parte do militar, se deu após a vítima conceder uma entrevista ao Diário de Goiás no último dia 24 de agosto. Em conversa com nossa equipe de reportagem, a vítima disse que o líder da igreja estava pressionando fiéis a votarem no presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na ocasião, Daniel relatou que sempre frequentou os corredores da igreja com muita tranquilidade e sem problemas com relacionamentos políticos. O próprio Estatuto da Religião define a mesma como uma organização “apolítica”.
Mas, segundo ele, a situação começou a mudar a partir do momento que a Circular começou a ser lida publicamente por pastores da igreja. Apesar de não fazer menção direta, Daniel afirmou que os líderes interpretam aos microfones e destacam partidos como o PT, que tem sustentado a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Eu nunca vi nos meus quarenta e cinco anos de igreja isso acontecer”, relatou. “Quando alguém fala que não vai votar no Bolsonaro, é tido praticamente como um endemoniado”, completou.
Em nota, a Polícia Militar de Goiás informa que assim que tomou conhecimento do caso, determinou a instauração de procedimento administrativo disciplinar para apurar as circunstância do fato. E ainda de acordo com a nota, o policial que efetuou o disparo se apresentou de forma espontânea na Polícia Civil para os procedimentos cabíveis.
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