12 de agosto de 2024
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Alta transmissão fará variante Delta predominar todo o mundo, avalia infectologista; entenda

(Foto: Arquivo Pessoal/ Marcelo Daher)
(Foto: Arquivo Pessoal/ Marcelo Daher)

A capacidade de transmissão da variante Delta, tornará a variante a mais disseminada entre as já descobertas no mundo todo. Nesta quarta-feira (28/07), foi identificado em Goiás o quinto caso de infecção no estado, mas a tendência é que em breve a mutação se torne comunitária. É o que avalia o infectologista Marcelo Daher em entrevista ao Diário de Goiás.

Se a gente comparar a variante Gama, que é a que mais circula no Brasil, antigamente chamada de p1, com a variante Delta, os pontos de mutação são até parecidos e similares em alguns aspectos, ou seja, é uma adaptação. A variante Gama p1 também preocupa, tem alta transmissão, mas a Delta vai prevalecer no mundo todo. Ela se adaptou melhor e deve concorrer a variante Gama para ver quem que vai ficar como variante dominante”, destaca.

Daher explica que tanto a Gama como a Delta são adaptações do coronavírus e eles se moldam melhor as condições de replicação que vivemos. “Ao longo do tempo, isso vem acontecendo e o que a gente observa é que a variante Delta está mais adaptada. Ela se encaixa melhor na célula que ela vai se infectar [no receptor] e ela é mais fácil de ser transmitida. Eu preciso de uma menor quantidade de vírus para infectar uma pessoa, eu produzi maior quantidade de vírus quando aquela pessoa é infectada. É uma adaptação”.

Isso faz ela ser mais violenta que as outras? “Não é questão de ser mais ou menos perigosa. A questão é ser mais infectante. Ela infecta com mais facilidade as outras pessoas. O vírus foi se adaptando e ao longo dessa adaptação ele adquiriu a capacidade de infectar com mais facilidade. Ela provavelmente não está matando mais as pessoas, ela está infectando mais. Esse é o problema. A capacidade de infectar é maior nessa variante do que nas outras variantes”, explica. “Principalmente quando a gente compara com a variante inglesa. A delta é 60% mais infectante do que a inglesa, que já era 40% mais infectante do que a original. É a capacidade de infecção, mais fácil e mais rápido.”

E quais são os sintomas? Daher explica que são os mesmos do coronavírus original, mas pessoas não-vacinadas podem senti-los de forma mais intensa. “Os sintomas são os mesmos e a diferença de sintomas não é pela variante e sim pelo fato das pessoas estarem mais vacinadas, então é visto uma variação dos sintomas. Nas pessoas vacinadas, os sintomas tendem a ser um pouco mais leves, a pessoa normalmente evolui sem febre, queixa um pouco mais de dor de garganta, tosse não é tão expressiva. Os sintomas iniciais são um pouco diferentes nas pessoas vacinadas do que nas pessoas não-vacinadas”, pontua.

Em todo o caso, de forma científica não há grandes mudanças nos sintomas. O que é importante aqui é deixar claro: as vacinas continuam tendo um papel preponderante no combate à variante. “É muito importante que a vacinação ganhe força e cresça para que a gente consiga controlar isso”, concluí.


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