O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,48% em setembro puxado pela alta dos combustíveis, informou o IBGE nesta sexta-feira (5). Em 12 meses, o avanço do indicador chega a 4,53%.
Pesquisa da agência de notícias Reuters apontava expectativa de analistas de alta de 0,41% em setembro, acumulando em 12 meses alta de 4,45%. Para analistas ouvidos pela Bloomberg, a expectativa para o mês era de crescimento de 0,42%, e 4,48% em 12 meses.
Enquanto em agosto os preços dos combustíveis caíram 1,86%, em setembro, a alta registrada foi de 4,18%, representando 0,24 ponto percentual de impacto no IPCA ou 50% do índice. Com exceção do gás veicular, que caiu 0,85%, todos os demais combustíveis pesquisados apresentaram taxas positivas no período.
“Em relação à gasolina, a Petrobras autorizou um aumento de 7% no período do índice. O óleo diesel teve um aumento de 13%. Isso foi nas refinarias, mas acaba chegando ao consumidor. A alta do dólar também contribuiu”, afirmou o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves.
Devido ao desempenho dos combustíveis, o grupo dos transportes teve alta de 1,69% no mês, após sofrer queda de 1,22% em agosto. Para setembro, a variação dos transportes é a maior desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Passagens aéreas também foram destaque em setembro, com alta de 16,81%, ante a queda de 26,12% registrada no mês anterior.
O grupo de alimentos e bebidas teve avanço de 0,1%, após quedas em julho e agosto. As maiores altas vieram das frutas, com 4,42%, do arroz (2,16%) e do pão francês (0,96%). Já a retração foi marcada principalmente o preço da cebola, com queda de 12,85%, batata inglesa (- 8,11%) e leite longa vida (- 5,82%).
Com exceção dos grupos de vestuário e comunicação, que tiveram, respectivamente, queda de 0,02% e 0,07%, todos os outros grupos tiveram aumento nos preços no mês de setembro.
Apesar da alta vista no mês passado no IPCA, o desemprego elevado diante de uma economia que encontra dificuldades para engatar vem contendo a demanda e refreando a inflação, mesmo diante da recente desvalorização do real.
O BC vem afirmando que o grau de repasse cambial ao aumento de preços tende a ser atenuado pela ancoragem das expectativas de inflação, atividade econômica fraca e ociosidade das empresas, e que só reagirá com alta dos juros caso veja piora no cenário para a inflação.
Em sua última reunião de política monetária, o BC manteve a taxa básica de juros em 6,5%. (Folhapress)
Leia mais sobre: Combustíveis / Inflação / Economia