Armando Vergílio (SDD), pré-candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Iris Rezende (PMDB) e que tem ainda Ronaldo Caiado (DEM) disputando o Senado, disse em entrevista ao Jornal 730, que a aliança entre PMDB-SDD-DEM tem como projeto resgatar a dignidade do povo goiano. O deputado federal também fez declarações sobre o atual governo e sobre sua saída da base aliada.
Confira a entrevista:
O que levou essa aliança entre DEM, SDD e PMDB? Qual é o projeto?
Armando Vergílio- O projeto é promovermos um resgate da auto estima, da dignidade do povo goiano e alternância de poder. Nós acreditamos que quem está ai em um ciclo de 16 anos tem uma grande fadiga de material. Nós temos muitas propostas para melhorar, principalmente, a qualidade de vida das pessoas, através de serviços públicos, tanto na saúde, quanto na segurança pública, na educação, na mobilidade urbana, na redução de impostos para o trabalhador, na melhoria das condições de infraestrutura para que o setor produtivo possa gerar riquezas no nosso estado, e para que o estado possa aplicar no seu desenvolvimento, mas sem se endividar. Então nós temos um conjunto de propostas que foram muito bem recebidas pelo PMDB, e pelo pré-candidato a governador Iris Rezende, e isso foi o fator decisivo para que o Solidariedade pudesse se juntar a essa aliança progressista e que com certeza vai vencer as eleições no dia 5 de outubro.
O senhor foi um dos elementos importantes na concepção daquilo que se chamou de tempo novo lá em 1998. O senhor empolgava a ideia e ter uma nova geografia política do estado de Goiás. O tempo novo envelheceu?
R: O tempo novo envelheceu, mas fez muitas coisas. Nós temos que reconhecer. Agora eu acredito que nós deveremos promover as mudanças que o povo goiano tanto precisa. Se algo já foi feito, é necessário que se faça muito mais, que se tenha muito mais trato com a coisa pública, que se tenha muito mais dedicação em relação ao empreendimento de ações que as pessoas tanto precisam. Então esta é a minha grande motivação nesse momento. Eu sempre acreditei que uma das formas de você revigorar uma administração, é promover a alternância de poder e chegou a hora de fazermos essa virada.
Quais são os principais pontos de envelhecimento? Quais são as principais críticas as práticas do tempo novo, que não agradam mais ao senhor?
R: O poder continuado gera muitos desgastes. Muitas pessoas que não tinham, ideologicamente, os mesmo princípios que nós foram se somando neste chamado ex-tempo novo. Pessoas que tinham apenas projetos pessoais e não se preocupavam com o bem estar dos goianos, e isso acabou desviando o foco em relação há muitas coisas que poderiam ter sido feitas e não foram. A nossa grande proposta não é ficar olhando pro passado. Tem muitas coisas ai que estão erradas que precisam ser melhoradas. As coisas boas serão mantidas e ampliadas. Mas nós deveremos ganhar as ruas a partir do dia 5 de outubro, mostrar as nossas propostas que vão realmente fazer a diferença, e são propostas possíveis que serão buscadas na experiência de Iris Rezende. Do outro lado nós teremos um verdadeiro e digno representante do estado goiano no Senado Federal. Ronaldo Caiado tem história e sempre defende com muita propriedade as suas ideias. E eu chego, agrego a minha vontade, a minha experiência tanto na área administrativa, da vida pública, quanto da vida privada, com determinação para que nós possamos melhorar e fazer a diferença para as pessoas.
Nesse momento, existe uma expectativa em relação as alianças. Quais partidos devem acompanhar o PMDB- SDD- DEM?
R: O governo por ter a caneta na mão, digamos os seus encantos do poder, construiu uma aliança com um número expressivo de partidos. Mas nós temos de cá, os partidos da qualidade. O PMDB é o partido mais tradicional, é o partido mais capilar do estado. O DEM que só soma essa força como segundo partido mais tradicional, não só do nosso país, mas no nosso Estado, também tem muita história e o novo SDD. É a nova forma de fazer política. Nós deveremos ter sim outros partidos que nos acompanharão. Me permita não declinar aqui agora, porque isso é parte de uma estratégia e nós temos só mais essa semana para poder buscar essas alianças. Agora, pode ter certeza, nós não vamos buscar alianças a qualquer custo, a qualquer preço. Nós não vamos fazer algo que não esteja no alinhamento daquilo que é eticamente moral para que essas pessoas possam caminhar conosco. Obviamente, tem que ter a disposição de agregar valor para que possa caminhar do nosso lado. A aliança PMDB- SDD-DEM, por si só, já é suficientemente forte, mas nós vamos robustece-la ainda mais, dar mais musculatura, agregando outros partidos. Partidos que tenham história e que tenham vontade de promover as mudanças que nós estamos pregando.
O senhor é caco da base aliada que está indo para o adversário?
R: Me disseram esses dias que alguém do lado de lá havia dito isso. Fica evidenciada a grande dor de cotovelo. Eles tentaram de todas as formas estabelecer diálogo conosco, nos buscar, e nós entendemos que o melhor seria agregarmos nesse grupo novo. Surge uma nova força política integrada para podermos dar vasão aos nossos ideais de melhoria da vida dos goianos. Nós não vamos nos preocupar com o “chororô” do perdedor.
Isso também acontece porque o senhor estava na base, decidiu sair e hoje faz parte, justamente, do ninho inimigo. Há também estranheza em relação a essa decisão do senhor.
R: Acredito que não. As pessoas se esquecem que eu já me desliguei dessa chamada base de apoio ao governo há muito tempo. Eu não fiz isso agora. Há mais de um ano eu me desliguei da base do governo. Eu tinha indicado um secretário para integrar a equipe, uma pessoa muito competente, muito preparada e eu pedi que esse secretário entregasse seu cargo. Todas as poucas pessoas que estavam ali no governo por nossa indicação, todos, sem exceção entregaram seus cargos. Vim para uma posição de independência. Fizemos toda uma articulação para a criação do SDD. Em setembro de 2013, quando eu já não pertencia mais a essa base de apoio ao governo, o partido foi autorizado e ai nós o estruturamos. Temos dois deputados estaduais, temos mais de 100 vereadores por todo o estado, ou seja, uma força política respeitável, e já, no nascimento do SDD, nós antecipamos que seríamos oposição. Na verdade, estávamos tentando estruturar e viabilizar um projeto de candidatura própria, mas nós não conseguimos. O partido é muito novo. Optamos por integrar uma aliança, mas uma aliança renovadora que vai acatar as nossas propostas e construir um grande plano de governo.
O senhor, naturalmente, tem suas bases no interior. O senhor vem para essa aliança com todo esse apoio ou houve alguma perda nesse processo?
R: Todos os integrantes do SDD estarão unidos, coesos, integrados, junto conosco nessa decisão que foi compartilhada, tomada de forma coletiva. O SDD é um partido que não representa o nome por si só.
Quando ocorrer o encontro da base aliada do governador Marconi Perillo será anunciado o apoio do prefeito de Iaciara, Aguinaldo Ramos. O Aguinaldo é cunhado do Júnior Friboi. Algum tipo de preocupação?
R: Em absoluto. O PROS que é o partido que ele pertence declarou no final de semana passado, apoio a candidatura do atual governador. Nós respeitamos. Ele é um prefeito e seu partido decidiu caminhar. Nós não vamos nos preocupar com quem está aderindo ao poder nesse momento. Nós temos um projeto, um propósito e vamos persegui-lo com muita determinação. Da mesma forma, tem várias outras lideranças do próprio PROS que não foram consultadas e não participaram dessa decisão em apoiar a atual administração, e que se somarão conosco. Nós já recebemos a manifestação de apoio de várias lideranças que integram o PROS.
O senhor vai buscar isso pessoalmente, vai buscar essas lideranças e trazê-las para a campanha do PMDB?
R: Nós temos sido procurados. Temos a disposição de dialogar.
Pessoas que entendam que este é o melhor caminho e, nós temos consistência para poder mostrar que este é o melhor, serão muito bem vindas. Eu estou dialogando, como o futuro senador Ronaldo Caiado está dialogando, como o próprio governador Iris Rezende está dialogando, juntamente com um conjunto de outras personalidades da política do nosso estado. No dia 30, nós realizaremos a convenção conjunta dos nossos partidos consolidando esta aliança. A partir do dia 5, nós vamos ganhar as ruas, vamos de casa em casa de forma organizada. Estamos concluindo o nosso planejamento para que nós possamos fazer uma campanha limpa, propositiva, pra cima e mostrando a nova realidade que o povo goiano vai ter a partir do dia primeiro de janeiro do ano que vem.
Armando como estão as conversações com o PC do B? A informação que se tem é a de que é uma aliança praticamente acertada para essas eleições.
R: O PC do B é um grande partido, que tem história. Um partido que tem mais de 100 anos de tradição. Então ele tem também muita identidade. Nós estamos dialogando, o diálogo tem evoluído. Eu acredito que o PC do B será muito bem vindo. Mas eu gostaria que as próprias lideranças do PC do B quando acharem apropriado, e se nós terminarmos de construir essa parceria e integrá-los na aliança, que eles mesmos possam anunciar isso.
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