A provável aliança entre MDB e governador Ronaldo Caiado nas eleições 2022 reflete o sucesso da gestão. É essa a avaliação do vice-governador Lincoln Tejota. Ao DG, o político afirmou que o casamento, embora tenha demorado a se sacramentar, já dava sinalizações de que ocorreria ainda em 2018, quando prefeitos dissidentes apoiaram o democrata.
“É algo que já era esperado, a partir do momento que tivemos apoio de grande parte do MDB na eleição passada. O MDB estava rachado. Tínhamos a grande maioria dos prefeitos já com bastante proximidade a nós”, disse, citando Adib Elias, Fausto Mariano, Paulo do Vale, Ernesto Roller e Renato de Castro, todos expulsos do MDB por apoiar Caiado.
” Essa vinda do MDB, do Daniel Vilela, só atesta que nosso governo está dando certo. O Daniel foi um grande opositor ao nosso governo desde o início do mandato. Ele teceu duras críticas ao governador e ele mesmo hoje admite que as ações que tomamos como governo deram saúde ao estado, o que o leva a ter segurança de poder e querer caminhar conosco. Ele é muito bem-vindo”, completa Tejota.
De acordo com o vice-governador, para um projeto de segundo mandato, não adianta caminhar apenas com 14 prefeitos, como na campanha de 2018. Por isso, a chegada de uma sigla com capilaridade, como o MDB, é bem vista.
“A reeleição não é assim. Precisamos atrair mais partidos, mais pessoas com peso político Temos realizado um trabalho envolvendo todos os prefeitos, independente do partido. Afinal, as demandas da população não têm partido. Quando os demais prefeitos perceberam que teríamos tratamento democrático e não faríamos oposição administrativa a nenhuma prefeitura. Essa vinda do MDB agora só atesta algo que começou a acontecer lá atrás, que essa aliança de fato aconteceria”, pontuou o vice-governador.
Briga pela majoritária
Há, pelo menos, cinco pré-candidatos ao Senado que podem integrar a chapa de Caiado. Pelo PSD, o nome é de Henrique Meirelles. Luiz do Carmo, do MDB, quer disputar a reeleição. O PP deve lançar Alexandre Baldy, e os deputados João Campos, do Republicanos, e Delegado Waldir, do PSL, também não escondem o desejo de concorrer ao Senado.
Por isso, a briga por espaço na base pode acabar mandando alguns partidos, hoje de sustentação, para a oposição no próximo ano. “Não adianta a gente achar que uma escolha não traz consequência. A eleição do ano que vem é mais apertada porque tem uma vaga a menos na majoritária. Temos uma base que é composta por diversos partidos e que querem disputar essa vaga na majoritária. A partir do momento que se define uma cadeira, você começa a gerar um incômodo, uma insatisfação, o que é natural”, avaliou Tejota.
O vice-governador, que pode perder a cadeira até mesmo para Daniel Vilela, diz que o partido que preside, o Cidadania, não dará dor de cabeça ao governo. “O Cidadania já está no governo. Não precisa dessa cerimônia. Se vamos estar na vice ou no Senado, vamos discutir ano que vem. Estamos preparando o partido para o ano que vem”.
Lissauer e PP
O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira, se aproximou do Progressistas. Ele tem projeto para se lançar deputado federal, enquanto Baldy almeja o Senado. Tejota crê que essa mexida de tabuleiro não vem como retaliação ao deputado, que chegou a ser cotado para a vice de Caiado em 2022.
“A movimentação era esperada. Não penso que o processo em si de ir para o PP agora é fruto do convite feito pelo governador ao MDB, mas faz parte do processo. O Lissauer é um pré-candidato a deputado federal, mas precisava se posicionar num partido que desse musculatura a ele. Não penso que foi por ciúme. Era algo que já estava para acontecer e está acontecendo”, ponderou.
Projetos do Cidadania
Presidente do Cidadania em Goiás, Tejota espera eleger entre três e cinco deputados estaduais no próximo ano, além de conquistar uma cadeira na Câmara Federal. “Vamos lançar chapa completa nas duas. É uma previsão realista”, diz.
Para ele, a sigla está bem colocada um ano antes do pleito. “Se você consegue fazer um trabalho qualificado com a chapa de deputado estadual, já consegue tirar dali para eleger deputado federal. É possível, tem espaço. O Cidadania tem uma posição bastante confortável. Estamos no poder, mas não temos aquele peso todo do poder. A gente atrai nomes, consegue montar uma chapa com bons nomes. O cara não precisa ter 100 mil votos para ser eleito. Ele pode ter menos votos, pois a chapa dá condições dele ser eleito.”
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