23 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 10:02

Aliados usam tática do impeachment para sondar reforma da Previdência

Congresso Nacional. (Foto: Flávio Soares/Câmara dos Deputados)
Congresso Nacional. (Foto: Flávio Soares/Câmara dos Deputados)

Aliados do Palácio do Planalto querem adotar a mesma estratégia usada no impeachment da então presidente Dilma Rousseff para verificar as chances reais de se aprovar a reforma da Previdência.

Parlamentares propuseram que se monte um time de 30 deputados para que cada um fale com uma média de dez colegas. A ideia é verificar a intenção de voto e os “problemas” que incomodam os votantes.

“Se não pegar na unha, não adianta”, diz o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos defensores da estratégia.

Mansur, que é um dos mais aguerridos defensores do governo Michel Temer e faz tabelas de intenções de votos em matérias cruciais para o Planalto, disse ainda não ter retomado suas planilhas. Quer antes ter um termômetro do plenário da Câmara.

Sob condição de anonimato, um parlamentar que faz a ponte entre o Palácio do Planalto e o Congresso disse que o governo contabiliza hoje entre 230 e 240 votos a favor da reforma da Previdência.

A projeção mais otimista no Planalto é de 275 votos.

Como se trata de uma PEC (proposta de emenda à Constituição), são necessários 308 votos para aprovar o texto.

Um outro deputado, que também falou sob condição de anonimato, disse que é preciso conversar com cada parlamentar porque entende que os líderes partidários não estão repassando o cenário real de suas bancadas.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia estabelecido o dia 6 de dezembro como data para votar a PEC em primeiro turno.

Nesta segunda-feira (27), em São Paulo, Maia disse que a reforma pode ficar para 2018.

Nesta terça-feira (28), o líder do PSDB, Ricardo Tripoli (SP), disse que o partido está terminando um documento com propostas de alteração das regras da Previdência em relação a aposentadoria por invalidez permanente e regras de transição para servidores públicos.

“Há um início de negociação. O relator [deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)] está disposto a receber este material. O PSDB tem interesse em ajudar nas reformas”, afirmou Tripoli.

O deputado tucano negou que a apresentação das propostas tenham viés populista e eleitoral.

“Não há preocupação com a questão eleitoral”, afirmou.

Para Tripoli, a incorporação das sugestões do PSDB “amplia muito o número de votos na bancada”, que tem 46 deputados. (Folhapress)

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