14 de outubro de 2024
Articulação • atualizado em 04/05/2023 às 17:23

Aliado sugeriu a Mauro Cid golpe de Estado e prisão de Alexandre de Moraes em quartel de Goiânia

Ailton Barros também fez parte de uma associação criminosa que forjou registros de vacinas para Mauro Cid e outros integrantes, inclusive o ex-presidente
Ailton Barros (a esquerda) e Mauro Cid (a direita) foram presos durante operação da PF. (Foto: Reprodução / Alan Santos)
Ailton Barros (a esquerda) e Mauro Cid (a direita) foram presos durante operação da PF. (Foto: Reprodução / Alan Santos)

O ex-major do Exército, Ailton Barros, e aliado do tenente coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, discutiram, em dezembro de 2022, sobre um possível golpe de Estado, conforme revelado pela jornalista Daniela Lima, da CNN.

Preso nesta quarta-feira (3) durante Operação da Polícia Federal (PF), Ailton Barros também fez parte de uma associação criminosa que forjou registros de vacinas para Mauro Cid e outros integrantes, inclusive o ex-presidente Bolsonaro.

Além disso, durante toda articulação, foi idealizada a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Em transcrição de áudios obtidos pela CNN, que estão em posse da PF, Ailton explica como seria o “conceito da operação”, que supostamente teria participação do então comandante do Exército, Freire Gomes, que assumiu o comando em março de 2022 até dezembro do mesmo ano, ou o então presidente Jair Bolsonaro.

Em 15 de dezembro de 2022, Ailton diz: “É o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer”.

Ailton Barros ainda continua: “Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil”.

O ex-militar ainda acrescenta que seria necessário ter, até o dia seguinte, ou seja, 16 de dezembro, pela tarde, “todos os atos, todos os decretos da ordem de operações” prontos.

“Pô (sic), não é difícil. O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e a força. Braço forte, mão amiga. Qual é o problema, entendeu? Quem está jogando fora das quatro linhas? Somos nós? Não somos nós. Então nós vamos ficar dentro das quatro linhas a tal ponto ou linha? Mas agora nós estamos o quê? Fadados a nem mais lançar. Vamos dar de passagem perdida?”, indaga.

Ailton segue descrevendo o plano, segundo ele se fosse preciso, seria fora das quatro linhas. “Nos decretos e nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia para prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele”, adiciona.

Assim, conforme o ex-capitão diz a Cid no áudio, a ideia é que na segunda-feira (19) de dezembro, fossem lidas as portarias, decretos de garantia da Lei e da Ordem e “botar as Forças Armadas, cujo Comandante Supremo é o presidente da República, pra agir”.

Conforme reportagem da CNN, não foi possível identificar as falas de Mauro Cid, o que ele teria respondido a Ailton Barros.


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