A decisão de alguns líderes do MDB de anunciar apoio à pré-candidatura do senador Ronaldo Caiado (DEM) a governador do Goiás em 2018 repercutiu bastante dentro da oposição. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Rádio Bons Ventos, em Goiânia, o presidente do MDB, deputado federal Daniel Vilela, disse que essa decisão, anunciada na terça-feira (20), não é surpresa e que deve existir alguma razão para esse grupo antecipar uma manifestação como essa.
“O prefeito Adib [Elias] e os demais membros desse grupo devem ter uma razão muito específica para querer antecipar uma decisão cinco meses antes do período de convenções, o período que a Legislação Eleitoral define para realizar as convenções. Deve ter uma razão muito especial. Imagino eu que até o dia 7 de abril deve acontecer algo. Para que essa vontade de tomar essa decisão de forma tão antecipada?”, enfatizou Daniel.
Questionado sobre a dificuldade de interlocução no partido e de que o grupo dissidente afirma não conseguir diálogo com a direção partidária, o presidente ressaltou que nenhum dos prefeitos esteve nas reuniões do Diretório Estadual, o que pode ser comprovado com a ata.
Sobre as declarações de Adib Elias, o deputado federal foi mais direto: “O Adib fala que tem me procurado e que eu não tenho atendido, primeiro que no final de semana passado ele se negou a me receber na casa dele na cidade de Catalão e, além disso, o interessante é que meu número é o mesmo para falar sobre política e é o mesmo para falar e receber os pedidos e dificuldades enfrentadas pelo município de Catalão perante os órgãos do governo federal”, destacou. Ainda sobre a falta de diálogo com o prefeito de Catalão, o deputado diz que essa afirmação é, no mínimo, estranha. Ele destaca que sempre atende as demandas da cidade.
“É o mesmo [telefone] que o secretário de Saúde dele liga constantemente, do qual, nós temos resolvido fundos e importantes problemas para a saúde de Catalão. É o mesmo que me ligou, por diversas vezes, para que eu pudesse convencer e conquistar junto ao Ministério da Integração o recurso da ordem de R$ 5 milhões para a canalização do Córrego Pirapitinga em Catalão. Meu telefone é mesmo para finalizar a troca de ambulâncias do Samu em Catalão, meu telefone é mesmo que ele me pediu recurso para a compra de equipamentos para a Santa Casa de Catalão. Então, é o mesmo número que eu atendo para resolver os problemas de Catalão com muita disposição e boa vontade, é o mesmo número que ele pode me ligar para conversar e buscar construir situações políticas. Então, é um argumento muito frágil e, na minha opinião, até bobo para justificar qualquer decisão de interesse pessoal que foi manifestado no dia de ontem”.
O presidente do MDB de Goiás ainda deixou claro que a sigla ofertou todas as chances e oportunidades para o gestor municipal. “Qual o argumento do Adib, por exemplo, que teve todas as oportunidades dentro do partido para tentar ir contra um desejo da maioria do partido? Qual o argumento para ele dizer que o MDB é arrogante e está de salto alto nas últimas eleições? O MDB deu chance a ele quando ele era quinto suplente de deputado estadual, o MDB deu chance para ele assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa. O governador Maguito [Vilela] à época afastou quatro deputados estaduais para ele [Adib Elias] assumir a cadeira, Maguito os colocou como secretários para que ele pudesse se tornar deputado”, concluiu.
Apoio a Caiado
Um grupo dissidente realizou um encontro nesta terça-feira (20), na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, para manifestar apoio à pré-candidatura do senador Ronaldo Caiado ao Governo de Goiás nas eleições de 2018. Fazem parte do grupo o deputado José Nelto, os prefeitos Ernesto Roller, Adib Elias, Ricardo de Castro, Fausto Mariano e Paulo do Vale.
“Trabalhamos muito pela unidade. Não vamos brigar com Daniel Vilela. Queremos mostrar que este grupo pode terminar com a velha política. O senhor senador Caiado tem autoridade moral, política e ética para governar Goiás. Esse grupo político não é dissidência do MDB. Esse grupo político vai arregaçar as mangas. Vamos para de trabalhar só a hora que fechar a última urna de Goiás”, afirmou José Nelto nesta terça.
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