07 de agosto de 2024
Entrevista • atualizado em 06/07/2022 às 07:05

Não farei pressão política em Caiado, diz Baldy sobre candidatura ao Senado

Pré-candidato a senador pelo Progressistas afirma que não pretende flertar com a oposição
Para Alexandre Baldy, a possibilidade de haver mais de uma candidatura ao Senado pela base governista não necessariamente fortalece nomes oposicionistas (Foto: Reprodução)
Para Alexandre Baldy, a possibilidade de haver mais de uma candidatura ao Senado pela base governista não necessariamente fortalece nomes oposicionistas (Foto: Reprodução)

O pré-candidato a senador e presidente do Progressistas em Goiás, Alexandre Baldy, disse, em entrevista ao Diário de Goiás, que não tem a intenção de flertar com a oposição para fazer pressão política no governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

“A maior parte do partido decidiu democraticamente por apoiar a reeleição do governador”, afirmou. “O acordo é de que teríamos a candidatura independente ou oficial. Mantido esse acordo, nós continuaremos caminhando e trabalhando juntos”, salientou.

Para Alexandre Baldy, a possibilidade de haver mais de uma candidatura ao Senado pela base governista não necessariamente fortalece nomes oposicionistas. “Qualquer um que tenha musculatura política e competitividade vai chegar para disputar com chance de ser eleito”, argumenta.

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Questionado sobre eventuais ruídos com seu irmão e secretário estadual de Indústria e Comércio, Joel Sant’Anna, durante evento do governador na Associação Pró-desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), ele desconversou.

“Não houve ruído algum do ponto de vista partidário. Questões administrativas dentro de um governo são problemas daqueles que estão dentro do governo e não influenciam a relação do partido com o governador. Nada temos a questionar sobre os atos administrativos, apenas ajudar”, frisou Baldy.

Na entrevista, o pré-candidato a senador comentou, ainda, sobre a expectativa do Progressistas nas eleições para deputado federal e estadual, as articulações para definir os suplentes, o desempenho nas pesquisas de intenção de voto e o cenário do bolsonarismo em Goiás.

Baldy detalha caminhada para o Senado Federal (Foto: Mel Castro/DG)

Leia a íntegra da entrevista com pré-candidato ao Senado, Alenxadre Baldy a seguir:

Marcelo Mariano: Outros pré-candidatos a senador da base governista, como, por exemplo, Luiz do Carmo e Lissauer Vieira, têm flertado com a oposição. O senhor também pretende fazer algum movimento nesse sentido?
Alexandre Baldy: Não pretendo, e não farei. A maior parte do partido decidiu democraticamente por apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado. Nas convenções, haverá uma nova decisão. Creio eu que se manterá essa posição. Até lá, teremos toda a objetividade de manter esse diálogo com o governador. Não faremos pressão política. O acordo é de que teríamos a candidatura independente ou oficial. Mantido esse acordo, nós continuaremos caminhando e trabalhando juntos.

Muita gente, tanto na base quanto na oposição, argumenta que o cenário com várias candidaturas isoladas poderia ajudar um candidato a senador oposicionista. Qual é a sua avaliação?
Alexandre Baldy: Eu discordo. Acredito que cada um tem que fazer o seu trabalho e construir a sua base política. Se uma candidatura tiver musculatura política, não haverá diferença, independentemente de estar em um grupo com vários candidatos ou um só oficial. Qualquer candidatura majoritária, como é o caso do Senado, precisa ter musculatura política. Qualquer um que tenha musculatura política e competitividade vai chegar para disputar com chance de ser eleito.

Nas pesquisas, o senhor aparece com números competitivos, mas não está entre os primeiros. Como reverter esse cenário?
Alexandre Baldy: Na verdade, não é nem reverter. É construir. Algumas pesquisas, seis meses atrás, davam 2%. Hoje, já aparecemos entre 9% e 10%. É um quadro de construção, de apresentar um projeto. E ter, de forma qualitativa, a conexão com o sentimento das pessoas, com o que as pessoas esperam, nesse momento, de um postulante a senador. Para estar, na eleição, em outubro, conhecido e reconhecido, com um volume necessário de cidadãos para ser vitorioso.

O senhor já tem algum suplente definido?
Alexandre Baldy: Ainda não. Temos conversado com algumas pessoas, lideranças políticas e empresariais, para formar o quadro com a primeira e a segunda suplências.

“Já disse que meu primeiro desejo era a Ana Paula Rezende, filha do saudoso ex-governador Iris Rezende, como minha primeira suplente. Ela tem demonstrado o desejo de não disputar nada, mesmo que seja uma suplência. Então, eu tenho conversado com as pessoas”

Alexandre Baldy sobre primeira suplência

O Delegado Waldir já disse que o seu primeiro suplente será indicado pelo MDB. O senhor pensa em algum arranjo desse tipo, com a indicação de um partido ou grupo empresarial?
Alexandre Baldy: No momento, tenho conversado com pessoas. Já disse que meu primeiro desejo era a Ana Paula Rezende, filha do saudoso ex-governador Iris Rezende, como minha primeira suplente. Ela tem demonstrado o desejo de não disputar nada, mesmo que seja uma suplência. Então, eu tenho conversado com as pessoas. Melhor e mais importante do que partido são as pessoas para engrandecer o projeto e o sentimento de quem estiver conosco.

Na semana passada, o seu irmão e secretário estadual de Indústria e Comércio, Joel Sant’Anna, compareceu a um evento da Adial [Associação Pró-desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás] com o governador, mas foi embora antes de terminar e não discursou sobre um projeto que teve sua participação. Nos bastidores, a informação é a de que isso teria causado ruídos. Como o senhor encarou esse episódio?
Alexandre Baldy: Para mim, é indiferente. Não houve ruído algum do ponto de vista partidário. Questões administrativas dentro de um governo são problemas daqueles que estão dentro do governo e não influenciam a relação do partido com o governador. Nada temos a questionar sobre os atos administrativos, apenas ajudar. Eu, como associado da Adial e industrial que sou, fiquei bastante satisfeito com os anúncios feitos. Questões administrativas existem dentro do governo. Vão existir nesse e em todos os outros. Essas disputas são saudáveis e difíceis. Aqueles que não estiverem preparados para enfrentá-las que não entrem nessas funções.

Quantos deputados federais e estaduais o Progressistas pretende eleger?
Alexandre Baldy: De dois a três federais, e de quatro a cinco estaduais.

Em Goiás, o bolsonarismo está dividido em pelo menos três pré-candidaturas ao governo. Vitor Hugo é tido como o candidato oficial, mas há setores que apoiam Caiado e Mendanha. O senhor também faz parte desse grupo, já que o Progressistas é da base do governo federal. Essa divisão ajuda ou atrapalha o presidente?
Alexandre Baldy: Isso é bom e necessário. O coordenador de campanha da reeleição de Bolsonaro se chama Ciro Nogueira, presidente nacional do meu partido, juntamente com o senador Flávio Bolsonaro. Quanto mais lideranças políticas, e sobretudo candidatos, estiverem pedindo voto para o presidente, mais saudável será. Pela relação pessoal, ele tem uma predileção pela candidatura do Major Vitor Hugo. Isso é inquestionável. Major Vitor Hugo tem toda a força e disposição do presidente em ajudá-lo na sua pré-candidatura a governador, mas não existe e não existirá um candidato oficial do presidente de tal forma que ele precise dispensar apoio dos demais. Todos aqueles que desejam pedir voto a ele estarão acolhidos e dentro do projeto, assim como as candidaturas ao Senado. O presidente Bolsonaro vai ajudar todos que são da base, a minha candidatura, a do João Campos, a do Luiz Carlos do Carmo [Wilder Morais, pré-candidato na chapa de Vitor Hugo, também faz parte desse grupo]. Todos terão apoio de forma igualitária. Qualquer tipo de conversa diferente é mera especulação, nada oficial e nada que foi, de fato, formalizado.

O Progressistas, em Goiás, tem intenção de contar com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em algum evento durante o mês de julho ou eles virão só para as convenções?
Alexandre Baldy: Devemos, sim, ter a presença deles no mês de julho. Presidentes de alguns partidos estiveram aqui recentemente e fui questionado se já não era hora de eles virem. No ano passado, em julho, eles estiveram aqui. Celebrei meu aniversário e recebi uma comenda, em Anápolis. O ministro Ciro Nogueira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, os três do Progressistas, estiveram juntos para prestigiar. Depois jantamos com o governador e o prefeito Roberto Naves, também do Progressistas. Eles estarão, sim, no mês de julho. Basta a gente chamar. Arthur Lira, nos últimos meses, esteve aqui cinco ou seis vezes, em agendas oficiais e não oficiais, para fortalecimento do partido, no Entorno de Brasília, em Anápolis e Goiânia. Sempre fomos um grupo político partidário, e certamente contaremos com a presença e a força deles quando forem chamados.


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