24 de novembro de 2024
Dívidas

Além da reforma tributária: O que é Carf e o seu projeto que tramita em regime de urgência?

Mudanças trarão impacto fiscal positivo, fazendo o governo arrecadar mais por causa de novos procedimentos de negociação de dívidas tributárias inseridos no texto
Ministro Fernando Haddad fala com jornalistas após reunião com Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas. (Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)
Ministro Fernando Haddad fala com jornalistas após reunião com Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas. (Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

Pouco falado na imprensa em geral, o Carf é o Conselho Administrativo de Recursos Ficais. O órgão, porém, tem aparecido com mais frequência nas manchetes por que um projeto que muda o seu funcionamento tramita em regime de urgência na Câmara dos deputados. Junto da reforma tributária, as mudanças deste projeto do Carf impactam empresas com dívidas tributárias e têm potencial de aumentar a arrecadação do governo.

O projeto reinstitui o voto de desempate do governo no Carf e evoluiu após negociações, disse nesta noite o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, o texto reuniu mais condições de ser aprovado na Câmara em comparação com o início da semana.

“De repente, esse adiamento foi bom porque deu mais maturidade para o projeto ser aprovado”, declarou o ministro. Entre os principais avanços, Haddad citou as conversas com a Frente Parlamentar Agropecuária, que tinha recomendado voto contrário ao projeto e que, segundo ele, mudou de opinião após os esclarecimentos da equipe econômica.

Haddad não detalhou as alterações no projeto. Disse apenas que as mudanças foram “laterais” e não mudarão o acordo entre o Ministério da Fazenda e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), fechado em fevereiro.

De acordo com o ministro, as mudanças trarão impacto fiscal positivo, fazendo o governo arrecadar mais por causa de novos procedimentos de negociação de dívidas tributárias inseridos no texto. Nesta quarta-feira (5), o relator do projeto, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), incluiu no texto a possibilidade de que os acordos de transação tributária possam ser fechados pela Receita Federal sem a aprovação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Tipo de acordo instituído para negociar a dívida de empresas afetadas pela pandemia de covid-19, a transação tributária permite o refinanciamento de débitos com o governo com base na capacidade de pagamento do contribuinte.

Pauta econômica

Além do projeto do Carf, a Câmara dos Deputados pretende votar, ainda esta semana, a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal, que voltou para a Casa após ser alterado pelo Senado. Haddad afirmou que as três propostas são cruciais para a política econômica do governo.

“Precisamos dos três projetos, que são estruturantes. O Carf está muito organizado. Depois de algumas negociações, evoluiu muito o texto”, declarou. Em relação ao novo arcabouço fiscal, o ministro disse que esse é o projeto com menos resistência porque já foi aprovado pelos deputados uma vez, no fim de maio, e tramita na Câmara em caráter terminativo (sem passar por comissões).

Inicialmente, o projeto do Carf estava previsto para ser votado nesta quarta-feira (5), mas as negociações em torno da reforma tributária adiaram a votação para esta quinta-feira (6). Nesta noite, o Plenário começou a debater a proposta de emenda à Constituição (PEC) da primeira fase da reforma tributária, que simplificará a tributação sobre o consumo.

Com informações da Agência Brasil


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