05 de dezembro de 2025
EXPECTATIVA NACIONAL

Alckmin diz que plano contra tarifa dos EUA será anunciado no início da semana

Vice-presidente afirma que foco é ampliar setores isentos e evitar retaliação; produtos como café e carne seguem tarifados em 50%
Alckmin disse que plano deve ser divulgado em 24 ou 48 horas - Foto Kadu Gomes VPR
Alckmin disse que plano deve ser divulgado em 24 ou 48 horas - Foto Kadu Gomes VPR

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) reiterou neste sábado (9) que o plano de contingência do governo Lula para amenizar os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos do Brasil deve ser anunciado no início da próxima semana. O governo prepara medidas com foco principal nas empresas que mais exportam para o mercado norte-americano. A expectativa no mercado é grande.

“Tem setores que nos preocupam, café, carne. E especialmente indústria de máquinas, motores e máquinas. A indústria é mais específica, é mais difícil. Por isso o governo está lançando, aguarde aí 24, 48 horas, está lançando um programa bem amplo de apoio para preservar empregos e as empresas poderem retomar e fortalecer a sua atividade econômica”, afirmou o vice-presidente.

Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, destacou que a prioridade do Executivo não é retaliar os Estados Unidos, mas ampliar o número de setores excluídos da tarifa de 50% decretada pela Casa Branca. Ele tem conduzido grande parte das articulações para mitigar os impactos na economia nacional, enquanto o presidente Lula articula diplomaticamente a abertura de outros mercados.

As declarações foram durante visita do vice-presidente à concessionária Guará Motor, em Guaratinguetá, no interior de São Paulo.

“A prioridade não é retaliar. A prioridade é resolver, ampliar o número de setores excluídos, que fiquem fora dessa questão da tarifa que entendemos extremamente injusta – Geraldo Alckmin

Produtos importantes, como café e carne, seguem tarifados com 50%, enquanto outros itens também de destaque nas exportações brasileiras para os EUA, como o suco de laranja, celulose e os aviões da Embraer, entraram no rol de 694 isenções da tarifa divulgadas pela Casa Branca.

Argumentos políticos não têm base jurídica e são obstáculo à política regulatória, destaca vice

Alckmin fez coro ao que vem dizendo o presidente Lula sobre o tom político dado pelo tarifaço do chefe da Casa Branca, dissociando de uma questão econômica já que o Brasil se mantém com mais importações do que exportações aos EUA. “Aliás, com base jurídica totalmente fraca. Não posso fazer política regulatória baseada em questões de natureza política partidária”, reiterou neste sábado.

O vice-presidente também reforçou que a avaliação do governo permanece a de que o aumento de tarifas é um caminho equivocado que penaliza principalmente a população. “Quando se aumenta a tarifa, quem paga é o consumidor. É o governo que paga, é o consumidor que acaba pagando”, acrescentou.

Geraldo Alckmin voltou a repetir um chavão desde que a guerra tarifária iniciou: “Entendemos que é um perde-perde. Devemos ir para um ganha-ganha. Ou seja, aumentar o fluxo de comércio, aumentar a exportação, complementaridade econômica.”

Brasil aciona OMC

Esta semana o Brasil apresentou um pedido de consulta aos Estados Unidos da América (EUA) no âmbito do Sistema de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O governo brasileiro argumentou que, ao impor as tarifas, os EUA violam flagrantemente compromissos centrais assumidos na OMC, como o princípio da nação mais favorecida e os tetos tarifários negociados no âmbito daquela organização.

As consultas bilaterais são a primeira etapa formal no âmbito do sistema de solução de controvérsias na OMC.


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