Em reunião com o presidente Michel Temer (PMDB), o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) repetiu que a posição de seu partido será a de seguir apoiando as reformas econômicas e que qualquer discussão sobre desembarque do governo só ocorrerá mais à frente.
Temer pediu o encontro com Alckmin, que estava em agenda no noroeste paulista, para a noite de sexta (2). Conversaram por cerca de uma hora no Palácio dos Bandeirantes, e o presidente repassou os argumentos de sua defesa sobre as acusações a que responde em inquérito no Supremo Tribunal Federal -ele foi envolvido na Operação Lava Jato a partir da delação dos donos da JBS, e foi gravado pelo empresário Joesley Batista, que falava sobre obstrução de Justiça e pedia favores.
Segundo interlocutores do governador, o clima de Temer foi de “desabafo”. Alckmin, por sua vez, defendeu que o PSDB mantenha o apoio ao governo, que enfrentará o julgamento da chapa que elegeu o peemedebista no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a partir da terça (6).
Desde quinta (1), Alckmin vem operando para baixar a intensidade da rebelião de tucanos paulistas contra a permanência na base do Planalto. Uma reunião marcada para a segunda (5) vai discutir a posição do Diretório Estadual da sigla, mas Alckmin orientou seus aliados para que nenhuma posição radical seja tomada agora.
O governador, segundo aliados, está preocupado com o vácuo do poder e as eleições indiretas que ocorreriam caso Temer seja cassado. Avalia que seria mais difícil a construção de uma candidatura sua à Presidência em 2018, não menos porque hoje o favorito no Congresso para as indiretas é Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara.
O DEM dificultaria a formação de uma chapa azeitada por Alckmin, caso o governador consiga sair ileso da investigação que a Lava Jato faz sobre acusações de caixa dois em suas campanhas. Neste caso, o aliado de Alckmin João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo, poderia ser o plano B do seu grupo.
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