A vereadora Gabriela Rodart se posiciona como uma das opositoras do projeto apresentado nesta terça-feira (31) pelo vereador Marlon Teixeira, que cria um passaporte de vacinação em Goiânia e restringe a entrada dos não imunizados em locais de grande circulação.
Segundo ela, o texto fere a liberdade individual. “Sem liberdade, não há outras condições. A ditadura está vindo através de um Estado autoritário. Estamos vendo, desde o ano passado, nossas liberdades sendo retiradas em nome da saúde pública. Já se passou mais de um ano e meio e as narrativas continuam sendo construídas”, disse ao DG. “Quem mais sabe da própria vida a não ser você mesmo?”, questionou.
O projeto foi protocolado na Câmara na terça e ainda precisa ser analisado por comissões da Casa antes de ir a plenário. A vereadora relatou estar conversando com colegas e com a sociedade para angariar votos contrários ao projeto. Porém, caso o passaporte de vacinação passe, Rodart avalia acionar a Justiça.
“Entraremos com todas as medidas necessárias, todas as ferramentas jurídicas para revogar isso. De antemão, estamos fazendo um trabalho para alertar a população do que está sendo colocado. Se não existe livre escolha, é ditadura”, frisou.
O texto não obriga que as pessoas se vacinem, mas estabelece restrições à entrada delas em locais com maior número de frequentadores ou eventos.
Rodart ainda não se vacinou contra a covid-19 e, segundo o jornal O Popular, ela é a única parlamentar que não o fez na Câmara Municipal. A vereadora afirma não ser contrária à vacina, apesar da recusa. ” Não sou contra a vacina, mas não me sinto confortável, por ora. Quem sabe mais para frente eu tome”, asseverou.
Ela cita efeitos colaterais e diz que recebe relatos que a preocupam no gabinete. Os especialistas e a própria Organização Mundial da Saúde, no entanto, dizem que os benefícios individuais e coletivos da imunização superam eventuais adversidades. A Anvisa diz que as vacinas utilizadas no país podem apresentar efeitos colaterais brandos, como febre, dor de cabeça, cansaço e sonolência. Não há registro no Brasil de eventos adversos graves.
A vereadora diz que mantém o “tratamento precoce”, mas sem detalhar a prática. Cientistas também reforçam que não há medicamento aprovado que possa prevenir a covid-19 ou mesmo tratar as formas mais leves da doença. Há medicamentos aprovados, como a dexametasona, para casos graves, apenas de pacientes internados e com assistência médica constante.
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