Sob pressão dos partidos do centrão, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, afirmou nesta terça-feira (15) que agora virão as consequências para os parlamentares da base aliada que votaram contra o presidente Michel Temer em denúncia por corrupção passiva.
Segundo ele, além da questão política, a votação sobre a acusação contra o peemedebista levou em consideração a “dignidade do governante”, já que, para ele, o presidente é um homem “honrado” e de “vida pública conhecida por todos”.
“Cada parlamentar teve a opção em votar a favor ou contra o presidente e a gente respeita a opção de cada um”, disse. “Cada um tomou a sua decisão e agora cabem as consequências, que virão com muita naturalidade”, acrescentou.
Nesta semana, o Palácio do Planalto fará trocas em cargos ocupados por apadrinhados de deputados federais do PMDB que votaram a favor da denúncia. Serão retaliados Celso Pansera (RJ), Laura Carneiro (RJ), Veneziano do Rêgo (PB) e Vitor Valim (CE).
Os cargos serão distribuídos regionalmente, ou seja, a parlamentares do centrão que votaram a favor do presidente e são dos mesmos Estados dos infiéis.
O esforço é para apaziguar os ânimos dos partidos do centrão, que ameaçam impor derrota na pauta econômica, como a medida provisória do Refis, cuja expectativa é de que gere R$ 13 milhões.
O presidente também quer reorganizar a base aliada para uma nova denúncia que deverá ser apresentada até o início de setembro pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
‘Volta Roseana’
O ministro participou nesta terça-feira (15) de evento de posse dos membros do Conselho Nacional da Juventude. Na cerimônia, a maior parte dos presentes utilizava adesivos do PMDB e do PSDB.
Em discurso, Imbassahy desfiou elogios ao presidente, a quem chamou de”hábil”, “responsável”, “equilibrado”, “inovador” “corajoso e “honrado”. Segundo ele, os membros do conselho presentes na cerimônia fazem parte do grupo “Fica Michel”.
Além de puxar gritos pela permanência do presidente, uma parte da plateia também pediu o retorno de Roseana Sarney, do PMDB, para o governo do Maranhão.
Em 2015, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que o senador Edison Lobão (PMDB-MA) solicitou R$ 2 milhões em propina para a campanha eleitoral da ex-governadora em 2010.
No ano passado, no entanto, o STF (Supremo Tribunal Federal) arquivou inquérito contra ambos por falta de provas. (Folhapress)
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