O candidato a presidente Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) se falaram ao telefone pelo menos duas vezes desde segunda. Aécio indicou para Marina que está disposto a aceitar as suas condições para tê-la na sua coalizão. O tucano quer investir numa imagem ao lado de Marina e apostar nessa dobradinha em materiais de campanhas para TV, folders, outdoors e principalmente nas redes sociais. PSB e PSDB também negociam a entrada da viúva de Eduardo Campos, a economista Renata, na campanha de Aécio. O convite partiu dos tucanos, e do próprio candidato.
Ruptura
O apoio inédito do PSB ao PSDB causa uma ruptura séria na histórica aliança dos socialistas com o PT, e enfraquece a coalizão da presidente Dilma Rousseff.
Combinados
Ontem, Aécio também capitalizou o apoio de Pr. Everaldo (PSC) e Eduardo Jorge (PV). O trio estava afinado desde o 1º turno. Tudo combinado há meses.
Cautela
Os comandos do PSDB e PSB ainda não esboçaram um ato conjunto de apresentação Aécio-Marina. Tudo é costurado com cautela para não caírem em contradições.
Urnas e o TSE
A demora do TSE em divulgar o resultado oficial das eleições, dois dias após o pleito – ao contrário dos anteriores, cujos resultados saiu na mesma noite – deu-se pela descentralização da gestão das urnas. Muitos discos foram entregues com atrasos pelas empresas contratadas pelos TREs. Pesou também a biometria – não deu certo alguns Estados e empacou várias seções, atrasando a votação.
Vigília tucana
Os católicos fecharam em peso com Aécio em Brasília. Grupo ProVida do DF promete vigília de ‘15 dias e 15 noites’ em oração pelo candidato e atendimento a jovens. Na sexta, vão tirar as portas do comitê do PSDB em Taguatinga.
Guerra virtual
Os marqueteiros de Dilma e Aécio têm estratégia até para tempo real na batalha do voto pelas (poderosas) redes sociais. Ontem, mal começou o ato de apoio de partidos ao tucano em Brasília, a presidente Dilma começou a disparar mensagens no Twitter.
Oxigênio de Cristovam
O senador Cristovam Buarque (PDT) deve seguir a linha do PSB do DF e apoiar Aécio para presidente. Investirá no discurso de que o Brasil precisa ‘oxigenar’.
A conferir
Pesquisas Ibope e DataFolha que serão divulgadas hoje trarão empate técnico entre Dilma e Aécio, com leve vantagem para a petista, dizem fontes.
Em baixa
Em Anápolis (GO), terra do agronegócio administrada pelo PT há seis anos,Dilma teve apenas 23% dos votos, Marina 24% e Aécio 47% – a soma de ambas. O ex-prefeito da cidade, Antônio Gomide, foi candidato ao governo de Goiás.
Bolsa online
O site de apostas Unibet pagava US$ 2,75 para cada dólar apostado na presidente Dilma, no 1º turno; e US$ 1,40 para cada em Marina. Ontem, o site pagava US$ 1,85 para a petista, e US$ 1,95 para cada dólar em Aécio.
De berço
O senador socialista Rollemberg, favorito para o governo do DF, é sobrinho-neto do co-fundador da capital Lúcio Costa. Se vencer, não pode fazer nada que vá contra o título de Patrimônio Mundial concedido à cidade.
É que..
Brasília vive especulação imobiliária e debate descaracterizar traçado original. Se fizer feio, a tia de Rollemberg, Maria Elisa, vai puxar a orelha.
Vitrine do PIB
A maior ameaça para Aécio vem do próprio PSDB. O governador paulista que vai ao 4º mandato, Geraldo Alckmin –parece mais mineiro que o próprio presidenciável. Trabalhou quieto, e teve ascensão eleitoral invejável no Estado: Alckmin venceu em 644 dos 645 municípios.. E é governador do maior colégio do País; do maior PIB.
Terra do PT
Alckmin perdeu apenas em Hortolândia, mas por pouco. A cidade região de Campinas é administrada pelo PT desde 2005. Lá, Alckmin teve 34,88% contra 38,6% de Padilha.
Ponto Final
O programa de governo de Aécio prevê fim da reeleição após 2022. Espertinho..
Com Equipe DF, SP e Nordeste
Leia mais sobre: Leandro Mazzini