23 de dezembro de 2024
Manifesto

Advogados goianos declaram apoio a Lula e preparam grupo de fiscalização da eleição

Grupo confia que autoridades da segurança pública em Goiás vão controlar possíveis animosidades no decorrer do pleito
Ex-prefeito de Goiânia, Pedro Wilson discursa em noite que marcou assinatura de um manifesto pela democracia entre advogados goianos (Foto: Altair Tavares/DG)
Ex-prefeito de Goiânia, Pedro Wilson discursa em noite que marcou assinatura de um manifesto pela democracia entre advogados goianos (Foto: Altair Tavares/DG)

Diversos juristas, advogados e intelectuais goianos estiveram reunidos nesta terça-feira (27/08) em um jantar em Goiânia para declarar apoio à chapa encabeçada pelo ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) e assinarem uma carta em favor da democracia. Entre os participantes estavam professores da Universidade Federal de Goiás (UFG), políticos históricos com passagens por diversos partidos e o ex-governador José Eliton, do PSB, o ex-prefeito de Goiânia, Pedro Wilson, além do ex-deputado Aldo Arantes.

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Entre as pautas do movimento estava o da aproximação das eleições, seja durante o dia como também a apuração. “Nós vamos estar mobilizados no dia das eleições. Vamos acompanhar de perto no dia das eleições com as prerrogativas que temos para defender a democracia e defender a eleição de Lula e Alckmin”, explicou ao Diário de Goiás, o advogado Sebastião Ferreira Leite, o Juruna.

Juruna explica que um dos riscos rastreados pelo movimento está o acirramento dos ânimos de movimentos que apoiam o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nós não acreditamos que haverá falta de ônibus, mas risco que pode haver diante da diferença que está avolumando da onda Lula possa ter algum tipo de baderna”, explicou.

Confiamos na Polícia Militar, afirma advogado

No entanto, Juruna explica que confia nas forças de seguranças públicas comandadas pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) para conter qualquer movimento radical que porventura exista no dia das eleições. 

“Nós acreditamos na democracia, acreditamos que o governador Ronaldo Caiado tem da Polícia Militar e acreditamos no comando da Polícia Militar no sentido de controlar qualquer espécie de pessoas mais radicais”, pontua Juruna.

Ele também salienta a confiança do movimento na Justiça Eleitoral e no Poder Judiciário. “Queremos exercer a democracia e respeitar a regra do jogo e que a eleição seja uma festa da democracia e não da baderna e da bagunça”, destaca.

Juruna ainda explica que o processo eleitoral já é transparente e consolidado e que não acredita haver acirramento dos ânimos em caso de derrota de Bolsonaro já no primeiro turno. “Cada voto vai ser apurado na seção e no Colégio Eleitoral. A totalização que é a cargo do TRE que encaminha para o supercomputador do TSE em Brasília que faz a divulgação. Não acreditamos que possa a ver [o acirramento]. Da nossa parte, defendemos a paz, os direitos humanos, a festa e a democracia. Da nossa parte, jamais [haverá acirramento]. Esperamos que a lei e a ordem, sejam cumpridas”, salienta.

Juruna destaca confiança nas autoridades de segurança pública para evitar animosidades (Foto: Altair Tavares/DG)

‘Bolsonaro representa o obscurantismo e perigo para a democracia e aos vuneráveis’

No evento, organizado pelo grupo de Advogados pela Democracia, um dos organizadores, o advogado especialista em direito criminal, Pedro Paulo de Medeiros, destacou a importância da vitória da chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula e de Geraldo Alckimin e explicou ao Diário de Goiás o objetivo do evento.

“Nós estamos entre as várias opções de candidaturas que nós temos para cuidar do Brasil pelos próximos quatro anos, nós declaramos que optamos por estarmos com Lula e Alckimin que são aqueles que nos indicam serem favoráveis a manutenção do Estado Democrático de Direito e contra o obscurantismo”, destacou.

Para ele há uma ameaça ao Estado de Direito caso, Bolsonaro, consiga reverter o cenário e siga conduzindo os rumos do país pelos próximos quatro anos em caso de reeleição. “Nós entendemos que a risco e o atual governo que pretende a reeleição tem defendido que nós não respeitamos os poderes instituídos que nós usemos a força em detrimento do direito e razão. É sim um perigo para a democracia, para o Estado de Direito, a sociedade e também aos mais vulneráveis”, pontua.

Pedro Paulo de Medeiros, um dos organizadores do evento (Foto: Altair Tavares)

Figuras históricas da política e advocacia declaram apoio a Lula e Alckimin

No evento haviam pessoas de diversas colorações partidárias e ideológicas reunindo além de políticos como o ex-governador José Éliton, o ex-prefeito Pedro Wilson professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) como Johnatas Silva que também já esteve auxiliando como secretário as administrações tucanas

Tucano histórico, Silva destacou a importância da vitória de Lula e Alckimin para a reconciliação nacional e a retomada do Estado Democrático de Direito. “A única via, não tem terceira via, não. A única via para chegarmos a um processo democrático, uma democracia autêntica que não seja apenas na organização do Estado, que seja econômica, social e cultural é Lula e Alckmin”, pontuou.

Ele relembrou quando um movimento divergente mas unido nasceu no país para combater a ditadura militar, numa espécie de ‘frente ampla’ ao reunir o jornalista e opositor histórico de movimentos de esquerda Carlos Lacerda, o advogado João Goulart e o social-democrata Juscelino Kubitschek.  

“Isso aconteceu no Brasil bem anterior e era mais difícil naquela época quando Lacerda, Jango e Juscelino fizeram um diálogo para uma frente ampla e lutarem contra a ditadura naquela época. Não eram adversários, eram inimigos. A democracia brasileira só se fortalecerá com essas alternativas e via: Lula e Alckimin”, rememorou.

O advogado e ex-deputado Aldo Arantes, do PCdoB, um dos organizadores do evento também destacou a importância em prol da vitória de Lula e Alckimin. Ele disse que tem andado por Goiânia e visto um movimento de trabalhadores favorável à chapa e incentivou os advogados presentes a entrarem de vez na campanha. 

“Eu acho que temos de trabalhar, tenho ido pelas ruas, e tenho percebido uma boa receptividade. Hoje eu estive na Rua 4, entrei em várias lojas e a grande maioria dos funcionários diziam Lula. Em geral, os proprietários são Bolsonaro”, discursou. “A gente percebe que nessa reta final há uma tendência de migração de eleitores para o Lula”, pontuou. 

Aldo ainda lembrou que a polarização significa duas direções: “Estamos diante de dois caminhos: o caminho da fome, miséria, destruição ao meia ambiente, as mulheres, negros a comundiade LGBT ou o caminho da retomada a alegria, geração de emprego, renda e cultura”, destacou, mas ainda assim disse que a luta não acaba nas eleições. “A direita cooptou o pensamento conservador e assumiu a hegemonia do discurso. A esquerda entrará na luta para reconstruir a hegemonia do pensamento progressista”, alertou.


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