11 de agosto de 2024
Cidades

Advogado é acusado de “passar a perna” em bandidos

Foto: Samuel Straioto
Foto: Samuel Straioto

Um advogado está sendo investigado pela Polícia Civil por afirmar que pagava propinas a servidores do Judiciário para “facilitar” a situação de seus clientes, ou seja, libertá-los da cadeia. No entanto, segundo as investigações não há constatada participação de servidores públicos na ação do advogado.

O profissional atuava para um trio que está na Casa de Prisão Provisória (CPP) aguardando julgamento. Os integrantes do bando são especialistas no roubo de veículos na grande Goiânia. Estão sendo investigados desde o início no segundo semestre de 2015. A prisão dos três se em janeiro deste ano.

O trio é composto por Robert Dias da Silva Bezerra de 25 anos, possui passagens por receptação, tráfico de drogas e porte de armas, Raphael Costa dos Santos de 25 anos, preso por porte ilegal de armas e receptação e Hiago Vitor de Souza Gomes de 19 anos, pego por roubo.

O advogado dizia aos clientes que era preciso realizar o pagamento de quantias, por exemplo, R$ 8 mil, para repassar a um funcionário do poder judiciário e assim ele fizesse a liberação.

Ficou caracterizado tráfico de influência, artigo 332 do Código Penal Brasileiro. O crime consiste em solicitar, exigir, cobrar ou obter vantagem, ou promessa de vantagem, a pretexto de interferir em ato praticado por funcionário público, no exercício da função.

“Ele cometeu crime de tráfico de influência, que é passar para os clientes que poderia influir na atividade do juiz, quando na verdade ele não tinha esta influência, mas ele cobrava valores dos clientes, alegando que poderia melhorar a situação deles perante o judiciário, pagando valores de forma ilícita, subornando servidores do judiciário”, afirmou o adjunto da Delegacia Estadual de Repressão de Furtos e Roubos de Veículos Automotores, José Antônio de Podestá Neto.

Segundo o delegado, não ficou constatado que o trio chegou a pagar pela prática ilícita. Os integrantes foram levados para a DEIC devido à intenção de saírem da cadeia, via pagamento de propina e ainda por estarem sendo investigados pelo crime de furto e roubos de veículos. Não ficou caracterizado que o trio cometia crime de dentro da cadeia.

O advogado foi ouvido e liberado. A Polícia Civil o investiga, pois é suspeito de comercializar armas de forma ilegal. Foram encontradas mensagens no celular dele em que o crime seria comprovado. A justiça, no entanto, negou representação para a prisão do profissional liberal.

O nome do advogado não foi apresentado pela polícia.


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