26 de dezembro de 2024
Esportes

Advogado de Nuzman critica ‘espetáculo’ e nega irregularidades

Carlos Arthur Nuzman. (Foto: Reginaldo Pimenta/Raw Image/Folhapress)
Carlos Arthur Nuzman. (Foto: Reginaldo Pimenta/Raw Image/Folhapress)

Horas após a Polícia Federal cumprir mandado de busca e apreensão na casa de Carlos Arthur Nuzman, nesta terça-feira (5), Sergio Mazzillo, advogado do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, afirmou que o dirigente é inocente da acusação de compra de votos na escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016. Ele ainda classificou a operação, batizada de Unfair Play, como “espetáculo midiático”.

“É difícil dizer qualquer coisa porque não tivemos acesso ao processo. Desde já, afirmo que ele não cometeu nenhuma irregularidade. Infelizmente, já se criou esse espetáculo midiático”, disse Mazzillo.

Questionado pelos repórteres presentes no local sobre os indícios de compra de votos, o advogado voltou a afirmar que Nuzman é inocente.

“Não existem fortes indícios. Ele não fez nada. Está tranquilo e sereno”, declarou.

Mazzillo ainda informou que não se trata de condução coercitiva. Nuzman foi intimado para depor sobre a operação. O presidente do COB teve de entregar seu passaporte para as autoridades responsáveis durante a operação.

Suspeito de intermediar a compra de votos de integrantes africanos do Comitê Olímpico Internacional para a escolha do Rio de Janeiro, Nuzman vai depor ainda nesta terça-feira na sede da Polícia Federal.

A investigação também tem como alvo o empresário Arthur César de Menezes Soares, conhecido como “Rei Arthur”, investigado por fazer parte do suposto esquema de corrupção na escolha do Rio como sede olímpica. As autoridades cumprem mandados de prisão preventiva para ele e sua sócia Eliane Cavalcante.

BRASIL E FRANÇA

A operação resultou no mandado de busca e apreensão na residência de Carlos Arthur Nuzman, nesta terça-feira (5), começou em dezembro de 2015, na França.

O presidente do COB e ex-presidente do Comitê Local da Olimpíada é investigado de participar de esquema de compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016.

A ação da Polícia Federal brasileira contou com a colaboração do Ministério Público francês. Inicialmente, os procuradores franceses apuravam caso de doping no atletismo. Com o desdobramento da investigação, a Promotoria da França descobriu existência de um esquema de compra de votos na Olimpíadas do Rio.

A Justiça francesa acionou a Polícia Federal brasileira para cooperação na investigação.

O alvo incial do Ministério Público francês era Papa Diack, filho de Lamine Diack, ex-presidente da IAAF (Federação Internacional de Atletismo). A família Diack encobriu durante anos esquema de doping envolvendo atletas russos.

Por conta da investigação sobre o doping dos atletas da Rússia, a Promotoria da França seguiu os passos de Papa Diack. Os procuradores descobriram outros esquemas envolvendo a família Diack, entre os quais o elo com Nuzman e Arthur Cesar de Menezes.

A revelação do caso foi feita na época pelo jornal “Le Monde”.


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