18 de novembro de 2024
Economia

Ações da Petrobras sobem 5% com balanço e puxam Bolsa; dólar avança

Apesar da fraqueza dos preços do petróleo no mercado internacional, as ações preferenciais da Petrobras encerraram com ganho de 5,08%, a R$ 13,66, e as ordinárias avançaram 3,28%, a R$ 14,15, nesta quarta-feira (22). Com isso, contribuíram para que o Ibovespa avançasse 0,86%, as 63.521,33 pontos, apesar do clima de cautela tanto no cenário interno quanto no externo.

Os papéis da estatal reagiram ao balanço de 2016 da companhia. Os analistas destacam o resultado operacional da empresa como um dos pontos positivos.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado foi de R$ 24,8 bilhões no quarto trimestre, alta de 11% sobre o terceiro trimestre. O número ficou 8,8% acima das estimativas de analistas consultados pela agência Bloomberg, cuja mediana era de R$ 22,8 bilhões.

Em 2016, o Ebitda somou R$ 88,7 bilhões, superior em 16% ao ano de 2015 e 12,3% maior que as expectativas do mercado, que eram de R$ 79 bilhões.

Celson Plácido, analista da XP Investimentos, ressalta a queda na alavancagem da empresa, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda. O indicador passou de 5,11 vezes no final de 2015 para 3,54 vezes em 2016.

“Acredito que ninguém no mercado trabalhava com queda tão acentuada, mesmo os mais otimistas”, escreve Plácido, em relatório. “A empresa segue a passos largos para entregar as 2,5 vezes de alavancagem no final de 2018. Diria que deve entregar esse índice antes do final de 2018.”

BM&Bovespa

Também foram destaque de valorização nesta sessão as ações da BM&FBovespa, com ganho de 3,10%, depois que a fusão com a Cetip foi aprovada com restrições pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Os papéis da Cetip subiram 1,23%.

Outros papéis também subiram, recuperando-se da forte queda de 2,93% do Ibovespa na véspera.

No setor financeiro, Banco do Brasil ON subiu 3,37%, com a melhora de recomendação do papel por analistas; Itaú Unibanco PN subiu 0,82%, Bradesco PN, +0,38%; e Santander unit, -1,58%.

As ações da Vale subiram 1,23%, tanto PNA quanto ON, mesmo com a nova queda no preço do minério de ferro na China, após o tombo de mais de 8% da sessão anterior.

No cenário doméstico, pesava sobre os negócios o novo recuo do governo na proposta de reforma da Previdência. O presidente Michel Temer anunciou a retirada de servidores públicos estaduais e municipais da proposta que muda as regras de aposentadoria.

Para alguns analistas, no entanto, a medida não foi exatamente negativa. “O lado positivo é que o governo federal se desfaz de um peso para poder aprovar a proposta no Congresso e vai dividir com Estados e municípios a responsabilidade de reformar a Previdência”, diz Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor.

O mercado aguardava o anúncio, nesta quarta-feira, do contingenciamento (bloqueio) de recursos do Orçamento. Os temores são de um eventual aumento de impostos para compensar a queda na arrecadação.

No campo externo, persistiam as dúvidas em relação à capacidade do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de levar adiante seu plano de acelerar a economia com o aumento dos gastos públicos e cortes de impostos. Trump enfrenta resistências no Congresso para aprovar a mudança do sistema de saúde americano.

Câmbio e juros

Com o ambiente de cautela e maior aversão ao risco, o dólar comercial encerrou em leve alta de 0,22%, a R$ 3,0980.

Pela manhã, o Banco Central rolou mais 10 mil contratos de swap cambial que vencem em abril. A operação, equivalente à venda futura de dólares, totalizou US$ 500 milhões.

Os juros futuros negociados na BM&FBovespa acompanharam o movimento e também fecharam em alta.

O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, subia 0,84%, aos 239 pontos. (Folhapress)


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