As caixas-pretas contendo os gravadores de voz da cabine e de dados do voo 2283, da Voepass Linhas Aéreas, foram abertas por profissionais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), neste sábado (10). Segundo especialistas em segurança de voo, a formação de gelo sobre as asas pode ser uma das hipóteses a ser investigada no acidente.
Em entrevista à GloboNews, o especialista em segurança aérea e mecânico de aviação Lito Souza afirmou que, embora a possibilidade tenha sido apontada por causa do relato de outros pilotos que voaram em rotas pelo interior de São Paulo, a aeronave tinha equipamentos para evitar o acúmulo de gelo. Segundo Lito, a formação de gelo nas asas poderia sim afetar a capacidade de voo.
“Esse avião possui caixas pretas tanto de voz quanto de dados do voo, então vai aparecer claramente se o gelo foi um fator, vamos ter essa informação nas caixas pretas de temperatura do ar externo. Vai se chegar à raiz dos problemas que levaram a esse acidente”.
Investigação
A Força Aérea Brasileira (FAB), informou ainda que o trabalho de investigação está sendo realizado por funcionários do Cenipa e do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), órgão sediado na capital paulista, que já atuam na extração e degravação de dados de forma ininterrupta para que os trabalhos avancem para a fase de análise.
“Neste estágio, serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos, bem como um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas e infraestrutura, entre outros”, destacou.
Segundo informações da Agência Brasil, a aeronave turboélice, da marca francesa ATR, operada pela empresa Voepass, decolou com 62 pessoas, sendo quatro tripulantes, e caiu pouco depois das 13h20 da sexta-feira (9), em Vinhedos, no interior paulista, a 70 quilômetros do destino do voo. Não houve sobreviventes.
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