Enquanto o Brasil experimentou significativo crescimento na quantidade de crianças de 4 a 5 anos na escola nos últimos oito anos, o cenário não se repetiu entre adolescentes de 15 e 17 anos.
Em meio à discussão sobre a reforma do ensino médio, dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgados nesta sexta-feira (25) mostram que o acesso a frequência escolar nesse segmento específico no país está praticamente estagnado desde 2007.
Segundo a pesquisa, 85% dos jovens de 15 a 17 anos de idade estavam na escola em 2015. Em 2007, quando houve a reforma do ensino brasileiro, com a adoção da nona série e a extinção do CA na educação básica, o percentual de crianças nessa com essa idade na escola era de 82,1%.
Essa faixa etária corresponde aos jovens que, em tese, deveriam estar no ensino médio, que é o segmento da educação formal em que há o maior nível de evasão escolar. Muitos jovens optam por trabalhar ao invés de continuar na escola.
Em 2006, o governo fez uma intervenção na educação pública. Determinou a inclusão de mais um ano no ensino fundamental obrigatório. Foi extinto o CA, que passou a ser a primeira série do fundamental. Pela Constituição, até aquele momento, apenas o ensino fundamental (antigo primário) era obrigatório.
Em 2013, outra mudança: o ensino infantil passa também a ser obrigatório. Crianças têm de ser matriculadas na escola a partir dos 4 anos de idade.
As duas medidas fizeram crescer a presença da faixa etária mais nova na escola. Em 2015, 84,3% das crianças de 4 a 5 anos estavam na escola. Esse percentual em 2007 era de 70%.
A Pnad mostrou ainda que o ingresso de jovens que estudaram em escola pública na universidade ainda é marginal. Dos jovens de mais de 25 anos que estudaram em escola pública, apenas 25,3% tinham ensino superior completo em 2015.
ESCOLARIDADE MÉDIA
A pesquisa mostrou ainda que a escolaridade média do brasileiro é ainda muito baixa, ainda que tenha havido avanços nos últimos anos.
Segundo o IBGE, 56,1% dos brasileiros acima de 25 anos estavam integravam a faixa de escolaridade que vai até o ensino médio incompleto, em 2015.
Apenas 36,3% da população têm o ensino médio completo, de acordo com a pesquisa. Pessoas com superior incompleto correspondem a 3,8% da população adulta. Com superior completo, o percentual cresce para 13,5%.
Em 2015, de acordo com o IBGE, o tempo médio de estudo do brasileiro era 7,8 anos. Isso significa menos do que o fundamental, que demanda nove anos de estudos. Houve avanço em relação a 2004, quando o tempo médio de estudo do brasileiro era de 6,5 anos.
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