15 de agosto de 2024
Segurança

Acabou o crime? Polícia Federal passa por maior crise das últimas décadas com descaso do atual governo

Além da negligência, pela primeira vez foram formalizadas na Justiça denúncias de suspeitas de interferências políticas na instituição
Reportagem da Folha de S.Paulo mostra dados que revelam problemas grave no Departamento de Polícia Federal do Brasil. (Foto: reprodução)
Reportagem da Folha de S.Paulo mostra dados que revelam problemas grave no Departamento de Polícia Federal do Brasil. (Foto: reprodução)

Uma reportagem da Folha de S. Paulo revelou que, após de ter conquistado seu lugar como uma das instituições mais respeitadas desde os anos 2000, a Polícia Federal tem registrado sua maior crise no atual governo. Os problemas vão desde suspeitas de interferência política à constante troca de comando (quatro diretores-gerais até outubro de 2022, maior número em um só mandato desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso).

Em relação a possíveis interferências políticas, pela primeira vez dois casos foram formalizados na Justiça. A primeira, denunciada pelo hoje senador, eleito no Paraná, Sergio Moro e a segunda, em junho, pelo delegado Bruno Calandrini, responsável pela operação que prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

O primeiro caso foi arquivado. Já o episódio ligado ao Ministério da Educação aguarda manifestação da Procuradoria-Geral da República e da ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia. Neste segundo caso, o ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou ter encaminhado à PF um pedido para abrir inquérito sobre os institutos de pesquisas eleitorais, um movimento alinhado aos ataques de Bolsonaro devido à disparidade com o resultado do pleito divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Além dos dois casos, já graves por si só, o governo de Jair Bolsonaro também barrou nomeações de delegados para cargos internos em superintendências pela direção-geral, como foi o caso do ex-coordenador-geral de repressão à corrupção Thiago Delabary e de Franco Perazzoni, que investigou o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

Em dados gerais, a Polícia Federal também deixou de apresentar resultados. Desde 2018 há queda em prisões por corrupção, nos últimos quatro anos foram, respectivamente 668, 486, 411 e 164 pessoas presas. As operações contra corrupção consequentemente também diminuíram neste período: em 2020 foram 653, em 2021 foram 539 e, em 2022, apenas 143. Neste sentido, as apreensões de drogas também caíram drasticamente nos últimos dois anos.


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