22 de dezembro de 2024
Falas duras • atualizado em 14/12/2022 às 20:02

Aava Santiago critica Rogério Cruz por relacionar livros à sinusite

"Talvez por privilégio, talvez por ignorância, o prefeito desconheça o poder que as salas de leitura têm", disse a vereadora do PSDB
Aava Santiago sobre Rogério Cruz: "Ao ser questionado por mim, na ânsia de se sair da minha pergunta, responde com arrogância" (Foto: Divulgação/Câmara Municipal de Goiânia)
Aava Santiago sobre Rogério Cruz: "Ao ser questionado por mim, na ânsia de se sair da minha pergunta, responde com arrogância" (Foto: Divulgação/Câmara Municipal de Goiânia)

O vereadora Aava Santiago (PSDB) usou a palavra, durante a sessão ordinária desta quarta-feira (14/12), na Câmara Municipal de Goiânia, para criticar a fala do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) que relaciona livros à sinusite.

“O prefeito de Goiânia disse que está fechando bibliotecas e salas de leitura porque livros causam sinusite, porque livros adoecem. E me choca muito que os parlamentares dessa Casa não tenham se chocado, não tenham demonstrado perplexidade, não tenham lamentado que aquele que administra o nosso município insulta a nossa inteligência”, disse.

O comentário de Cruz ocorreu na prestação de contas, realizada na segunda-feira (12/12), após questionamento feito pela própria Aava. “Nós não estamos tirando livro de ninguém. Pelo contrário, estamos investindo, colocando até mais livros nas escolas. Agora, de forma diferente.”

“Não podemos ser obrigados, por desenvolvimento no nosso país, além do desenvolvimento tecnológico que hoje temos no nosso país, manter sala só com livros, onde crianças muitas das vezes entram, e têm problemas ao entrar nas salas, têm problemas de sinusite”, acrescentou o prefeito.

A parlamentar do PSDB classificou a resposta como arrogante. “Ao ser questionado por mim, na ânsia de se sair da minha pergunta, responde com arrogância. A arrogância dos medíocres, a arrogância dos pequenos, a arrogância dos que serão apagados da história logo assim que deixarem de ter mandato.”

“O que adoece, prefeito, é não fazer o repasse do Imas. O que adoece é o servidor público ficar meses esperando uma consulta e não conseguir porque a Prefeitura não foi capaz de fazer o básico: o pagamento dos hospitais, dos médicos. É isso que adoece. Não é livro, não, prefeito. Livro salva vidas. Livro é aquilo que pode permitir que nossa cidade nunca mais eleja alguém como o senhor”, prosseguiu.

Na avaliação da tucana, “talvez por privilégio, talvez por ignorância, o prefeito desconheça o poder que as salas de leitura têm”. E finalizou: “A leitura resistirá. Os livros permanecerão. A saúde emocional, física e intelectual das nossas crianças triunfará sobre a miudeza, sobre a insignificância, sobre a mediocridade de um gestor, que, com tantos problemas em sua gestão, prefere culpar os livros do que fazer o seu trabalho”.


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