O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), tem baixa aprovação popular, segundo pesquisas de opinião recentemente divulgadas. Segundo o Ibope, entre os prefeitos de capitais, o gestor goianiense tem o pior índice de desaprovação. O petista reconhece problemas da sua gestão e destaca outros pontos que atrapalharam a administração. Por outro lado, ele entende que a história mostrará que ele foi um bom gestor para Goiânia.
Gestão
Em entrevista a Vinha FM e ao Diário de Goiás Paulo Garcia afirmou tem defeitos, mas também virtudes. A reação inicial por uma baixa aprovação é de “certa frustração”. O prefeito argumentou que nenhum outro gestor fez mais obras durante o período em que administraram a cidade, quanto ele. O chefe do Executivo ressaltou que um dos problemas foi não saber se comunicar da forma adequada com a população.
“A reação é de uma certa frustração. Eu não disse que construí tanto. Disse que construí. As obras estão aí para serem vistas. Se não tivemos capacidade de comunicar, foi um erro meu, dentre outros erros que cometi, todos nós temos virtudes e defeitos. Mas tenho uma qualidade: sou sério, honesto, transparente e trabalhei muito. Tenho convicção que a história fará justiça a nossa administração. Fiz mais obras do que qualquer outro administrador fez no período da sua gestão. Não podemos esconder o sol com a peneira. Todos os administradores atuais tem uma avaliação ruim com raras exceções”, argumentou.
Paulo Garcia não escondeu que um dos principais problemas foi a “Crise do Lixo”, em que mesmo a situação tendo se normalizado, a população ainda não esquece que ocorreram problemas na coleta de lixo e na limpeza urbana. O prefeito disse que foi um erro da administração não ter feito a troca de caminhões no tempo correto.
“Isso está plenamente sanado, mas ficou marcado. Esse foi um dos nossos erros. Talvez não tivesse a maturidade que tenho hoje, o conhecimento da Comurg, como tenho hoje, e não percebemos a tempo e a hora que a frota de caminhões compactadores estava com sua vida média quase que terminada e teria que comprar nova frota, como comprei 72 novos caminhões para substituir a frota antiga que mal consiga andar. Eu recebi a frota sem nenhum alerta e sem que tivesse percebido, isso foi um erro da minha administração que essa frota precisaria ser substituída a tempo e a hora”, disse.
O chefe do Executivo ainda ressaltou que outro ponto que resultou na “Crise do Lixo” foi a suspensão dos contratos com a empresa Delta, no ano de 2012. A Delta era investigada na Operação Monte Carlo, realizada aquele ano.
Paulo Garcia ressaltou ainda que haviam outros contratos com a empresa, um deles relativo a construção de uma ponte na Avenida T-8, entre o Jardim América e a Vila Alpes.
“Foi uma razão das crises do lixo. A Delta tinha contratos de asfaltos que não pudemos executar destes bairros que foram deixados sem asfaltos. As obras foram paralisadas. Suspendi todos os contratos com a Delta. Sabe a ponte inacabada na Avenida T-8, que liga o Jardim América a Vila Alpes, era um contrato com a Delta, até hoje a demanda está na justiça e a obra está parada. Eu vi um candidato criticando o não término daquela obra, parece que esquecendo do passado”, descreveu.
PT
O prefeito destacou ainda que outro problema que resultou na baixa aprovação popular dele foi a situação do Partido dos Trabalhadores, ao qual faz parte. Para o gestor o PT foi alvo de um “massacre” nos últimos anos, refletindo assim em desgastes.
“Não escondo o sol com a peneira. O meu partido sofreu um massacre nos últimos três anos, jamais visto na sua história. Isso reflete. Existem pessoas que cometem desvios, mas não podemos generalizar”, destacou.
Iris X Marconi
Paulo Garcia avaliou que outro problema enfrentado foi a disputa de espaço entre as duas maiores lideranças políticas de Goiás, o governador Marconi Perillo (PSDB) e o ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB). O prefeito destacou que ficou entre as duas forças e isto também o atrapalhou.
“Durante toda minha administração, fiquei entre duas forças antagônicas que são coordenadas pelos dois maiores líderes de projeção política do Estado que se degladiaram comigo no meio, isso reflete na minha administração. Além das falhas que cometemos”, afirmou.
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